Procurador do TPI será investigado por assédio sexual
Acusado de má conduta contra uma ex-funcionária, Karim Khan enfrenta críticas por ainda não ter pedido a prisão do ditador Maduro
O procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), o britânico Karim Khan, será alvo de uma investigação externa sobre alegações de assédio sexual a uma antiga funcionária.
Uma declaração de Päivi Kaukoranta, presidente da Assembleia dos Estados Partes, que supervisiona o TPI, informou que a investigação externa será conduzida pelo Mecanismo de Supervisão Independente "para garantir um processo independente, imparcial e justo".
Segundo o jornal britânico The Guardian, alguns dos funcionários mais poderosos do gabinete de Khan, que conta com 450 integrantes, fizeram pressão para que houvesse uma investigação externa e aconselharam o procurador a tirar licença.
Khan afirmou, porém, que vai continuar trabalhando normalmente, incluindo no conflito entre Israel e Palestina:
"Continuarei com todas as outras funções como procurador, de acordo com meu mandato", disse.
No mês de outubro, Khan tentou dissuadir a mulher da ideia de prosseguir com a alegação de um comportamento inadequado em relação a ela, segundo revelou o The Guardian.
Na época, o procurador-chefe teria sido aconselhado a evitar qualquer tipo de contato com a suposta vítima.
Parcialidade no 'caso Maduro'?
Não é apenas uma alegação sobre má conduta sexual que ronda a vida de Karim Khan.
Até agora, ele não pediu a prisão do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, ao contrário da maneira como atuou contra o ditador russo, Vladimir Putin, em 2023.
Em setembro, o jornal The Washington Post revelou que a cunhada de Khan, a advogada Venkateswari Alagendra, participou da defesa do ditador.
Ela trabalha para frear as investigações sobre crimes contra a humanidade na Venezuela, que se defende dizendo que "cometeu apenas excessos pontuais".
Segundo as regras do TPI, "abster-se de qualquer conflito que possa surgir de interesse pessoal no caso, incluindo relacionamento conjugal, parental ou outro relacionamento familiar próximo, pessoal ou profissional com qualquer uma das partes".
Leia mais: "Por que o TPI ainda não pediu a prisão de Maduro"
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