Kaja Kallas via XKaja Kallas, a primeira-ministra da Estônia

Primeira-ministra da Estônia vai para a lista de procurados da Rússia

13.02.24 14:40

O governo russo decidiu incluir a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas (foto) na lista de criminosos mais procurados do país. A decisão, tomada nesta terça-feira, 13, é simbólica, mas aponta o acirramento das relações de Moscou com ex-repúblicas soviéticas e com a Estônia, o pequeno país à beira do mar Báltico.

Um dos principais motivos que levaram à inclusão do nome de Kallas inclui a ordem de retirar estátuas no país que se refiram ao período que a Estônia foi ocupada pela União Soviética, entre 1940 a 1991. Mais recentemente, ela apoiou a expulsão do metropolita da Igreja Ortodoxa Russa -principal autoridade da igreja sediada em Moscou- do país, por apoiar a invasão russa à Ucrânia.

O dedo em riste de Kallas contra Moscou ecoa a própria história da Estônia, que foi a primeira república soviética a se separar da União, em 20 de agosto de 1991, quase quatro meses antes da dissolução da URSS. O pequeno país também é hoje um membro União Europeia e, mais importante, da Organização do Tratado do Altântico Norte (OTAN), que possui laços mais fortes com o continente europeu e com os Estados Unidos do que com Vladimir Putin.

As decisões de Kaja Kallas enfureceu o Kremlin, que tomou a medida. “Pessoas como ela são responsáveis por decisões que são um ultraje, de fato, à memória histórica”, respondeu o assessor de imprensa do Kremlin, Dmitri Peskov. “Estas pessoas tomam medidas hostis em relação à história, à memória e a nosso país.”

Kaja Kallas pareceu querer dobrar a aposta. Em sua rede social, a primeira-ministra da Estônia afirmou acreditar que sua inclusão na lista é um sinal de que ela vem fazendo a coisa certa.

“Sempre disse que a caixa de ferramentas da Rússia não mudou. Atráves da história, a Rússia escondeu suas repressões por trais de ditas agências aplicadoras da lei”, disse Kallas em sua rede social.“Sei disso pela minha história da minha família: quando minha avó foi deportada para a Sibéria, a KGB que publicou o pedido de prisão.”

Ela disse que, ao contrário do que espera Moscou, ela não permanecerá em silêncio e continuará em apoio à Ucrânia e à União Europeia.

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