'Primeira boiada' de Ricardo Salles vai a julgamento
O desembargador José Helton Nogueira Diefenthaler, do Tribunal de Justiça de São Paulo, pautou para o dia 3 de setembro o julgamento, na segunda instância, da ação de fraude ambiental movida pelo Ministério Público paulista contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (foto). O caso será analisado pelos magistrados da 1ª Câmara Reservada ao...
O desembargador José Helton Nogueira Diefenthaler, do Tribunal de Justiça de São Paulo, pautou para o dia 3 de setembro o julgamento, na segunda instância, da ação de fraude ambiental movida pelo Ministério Público paulista contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (foto). O caso será analisado pelos magistrados da 1ª Câmara Reservada ao Meio Ambiente e pode resultar na perda dos direitos políticos do ministro.
Salles foi condenado na primeira instância em dezembro de 2018, pouco antes de assumir o ministério a convite do presidente Jair Bolsonaro. A Promotoria acusa o ministro de adulterar "de forma dolosa" o plano de manejo da várzea do Rio Tietê, em São Paulo, para "atender aos interesses econômicos" de empresas mineradores associadas à Federação das Indústrias do Estado, a Fiesp. Tanto Salles quanto a entidade negam as irregularidades.
Classificadas pelo MP paulista como "manobras maliciosas e fraudulentas", as alterações foram feitas clandestinamente por Salles, em 2016, quando ele era secretário do Meio Ambiente na gestão do ex-governador Geraldo Alckmin, do PSDB. As modificações no texto da nova legislação e nos mapas ocorreram no gabinete dele, a partir de um lobby feito pela Fiesp, e depois que a versão original do plano já havia sido aprovada nas câmaras técnicas.
Em julho, Crusoé revelou que, entre as empresas que seriam beneficiadas pelas alterações feitas por Salles, no que constituiria a "primeira boiada" passada por ele para flexibilizar regras ambientais, está a Ibar, uma mineradora que pertence à família do deputado federal Guilherme Mussi, dirigente do Progressistas que havia indicado Salles para o cargo no governo paulista em 2016.
A Fiesp, que tinha o pai de Mussi e dono da Ibar como um dos diretores da área ambiental à época da fraude, também foi condenada junto com Salles na primeira instância. Agora, um segundo inquérito aberto pelo MP investiga se as empresas beneficiadas participaram da adulteração do plano ambiental.
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Comentários (7)
Ligia
2020-08-24 07:31:41Será que ele tem filhos? Vai deixar um ótimo legado prá eles, né?
Odete6
2020-08-24 05:12:27Trata-se do mais exemplar rei da cretinice criminosa anti-salubridade e preservação ambiental!!!! Foi colocado lá justamente para predar e poluir em todos os sentidos!!!!
Paulo
2020-08-24 00:05:29Salles foi escolhido por Bolsonaro não por sua competência, mas pelo desprezo às leis ambientais, sem dúvida isso pesou no seu currículo quando da escolha para o cargo que ocupa Aliás, este governo tem como caracteristica empossar elementos que trabalham contra suas pastas. O presidente após Bolsonaro terá de trabalhar muito para recuperar a"terra devastada" deixada por ele.
VERA
2020-08-23 13:03:54O ministro já demonstrou algumas vezes que não se interessa pela proteção do meio ambiente.
Vimar
2020-08-22 12:43:08A punição desse inclassificável soa para mim, como um gol de placa contra a querida Argentina.
Maria
2020-08-22 11:01:53Inacreditável a facilidade com que se formam orcrims no país, e a habilidade que têm para prosseguir nos governos sucessivos. Não pode continuar assim.
Afranio
2020-08-22 11:00:41Vejam, Srs e Sras Assinantes, como todas as atuais reportagens da Crusoe estão falando mal do Presidente da República. Pra Crusoe tudo está errado. Francamente, isso parece uma brincadeira de mal gosto pra quem assina esse lixo de revista. Cuidado com as renovações automáticas na assinatura da Crusoe Lixo. Eu caí neste golpe.