Presidente do Líbano fala em interferência externa, e libaneses duvidam de investigação
O presidente do Líbano, Michel Aoun (na foto, com o presidente francês Emmanuel Macron), disse nesta sexta, 7, que a investigação sobre as causas da explosão no porto de Beirute corre em três frentes. "Primeiro, é preciso saber como o explosivo foi trazido e estocado. Segundo, se a explosão foi causada por acidente ou negligência. E,...
O presidente do Líbano, Michel Aoun (na foto, com o presidente francês Emmanuel Macron), disse nesta sexta, 7, que a investigação sobre as causas da explosão no porto de Beirute corre em três frentes. "Primeiro, é preciso saber como o explosivo foi trazido e estocado. Segundo, se a explosão foi causada por acidente ou negligência. E, terceiro, a possibilidade de que houve interferência externa", disse Aoun. Sobre esse último ponto, o presidente afirmou que ela poderia "ocorrer por meio de um projétil, bomba ou outra ação".
Quando era general, Michel Aoun foi um crítico do grupo terrorista Hezbollah e da interferência síria no Líbano. Entre 1990 e 2005, ele viveu exilado em Paris. Ao retornar para o Líbano, ele formalizou uma aliança com o Hezbollah. Em 2016, com ajuda dessa organização, ele foi escolhido pelo Congresso para ser o presidente do país (por ser cristão maronita, Aoun pode ocupar esse cargo, segundo a Constituição).
Nesta quinta-feira, quando o presidente da França, Emmanuel Macron, caminhou pelas ruas destruídas de Beirute, os libaneses chamavam Aoun de "terrorista", "traidor" e "corrupto". As cenas foram registradas nas redes sociais.
"A questão é que o povo libanês não acredita que uma investigação honesta poderá ser feita pelas autoridades", diz o pesquisador Ely Karmon, do Instituto Internacional de Contraterrorismo em Herzlyia, Israel. "Para isso acontecer, será necessária muita pressão externa."
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