Prefeito que não quis passar cargo desfaz ações do seu vice

Chico Brasileiro (PSD; foto), o prefeito de Foz do Iguaçu, retornou esta semana de uma viagem à China, onde foi como um convidado ao país. A agenda não chamaria a atenção — se uma disputa nos tribunais não expusesse uma rixa sua com o vice-prefeito, Francisco Sampaio (União Brasil), a quem ele se recusou a transmitir o cargo.

Pois bem, Chico Brasileiro voltou e o clima continua azedo. Nesta quinta-feira, 7, ele anulou 38 exonerações de nomes de confiança na prefeitura assinadas por Sampaio quando ele estava fora.

As pessoas afetadas pelo corte eram 36 assessores e duas diretoras de diversas secretarias da administração municipal. Ao justificar a demissão, na última terça-feira, 5, Sampaio alegou cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e o risco de fiscalização pelas autoridades, mais especificamente o Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR).

Para reaver os funcionários em cargos de confiança, Chico Brasileiro chamou as medidas de “inoportunas e inconvenientes” e que tais exonerações seriam insuficientes para minorar o gasto com pessoal. E, com uma canetada, desfez a outra canetada de seu vice.

Desde que os dois Franciscos assumiram o Palácio das Cataratas, em janeiro de 2021, o vice Sampaio só recebeu o cargo quatro vezes do chefe: a primeira foi de 8 a 18 de outubro de 2021, durante a viagem de Chico Brasileiro à ExpoDubai; a segunda de 14 a 29 de janeiro de 2022, nas férias do prefeito. A terceira havia sido em março desse ano, quando Brasileiro foi para a Frente Nacional de Prefeitos.