Por que os chineses estão tão furiosos com Xi Jinping
Chineses em mais de vinte cidades estão nas ruas e universidades pedindo a renúncia do ditador Xi Jinping e o fim do governo do Partido Comunista (foto). É a maior manifestação política desde o Massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989. A insatisfação com as medidas extremamente rígidas contra a Covid já vinha se...

Chineses em mais de vinte cidades estão nas ruas e universidades pedindo a renúncia do ditador Xi Jinping e o fim do governo do Partido Comunista (foto). É a maior manifestação política desde o Massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989. A insatisfação com as medidas extremamente rígidas contra a Covid já vinha se acumulando há meses, mas um fato acabou transbordando a revolta da população.
Na noite de quinta, 24, um incêndio teve início em um apartamento no 15º andar de um prédio na cidade de Urumqi, província de Xinjiang, onde a maioria da população é da etnia uigur. As chamas subiram até o 17º andar, com a fumaça atingindo o 21º. Mas muitos moradores, como a família de Quemernisa Abdurahman (na foto abaixo), não conseguiram fugir. O governo afirma que dez pessoas morreram, mas estatísticas não oficiais falam em 38 ou 44 óbitos.

Segundo mensagens publicadas na rede social Weibo, da China, as portas de incêndio do prédio estavam fechadas por fora, como medida contra a Covid. A ideia é impedir que pessoas que testaram positivo possam sair pelo bairro.

Além disso, é possível que as pessoas do prédio tenham sido impedidas de deixar seus apartamentos. Vídeos gravados de prédios vizinhos permitem ouvir crianças gritando por socorro e pedindo para que as portas sejam abertas.
https://twitter.com/JackPosobiec/status/1597050774051205121
Depois das mortes em Urumqi, muitos chineses gravaram vídeo dizendo que estão na mesma situação, sem poder sair de casa. "Estamos presos como criminosos. A pessoa que nos disse para não abrir a porta do apartamento está dentro do nosso prédio. Nossa situação só é diferente (da de Urumqi) porque o fogo ainda não chegou para nos queimar", diz uma menina uigur em um vídeo comentando o acidente.
https://twitter.com/uytimes/status/1596899501905940480
Autoridades de Urumqi negaram que as portas estivessem trancadas. O jornal Global Times, do Partido Comunista, afirmou que a porta contra incêndio estava aberta, mas que alguns moradores não conseguiram escapar, porque não estavam familiarizados com a saída de emergência.
Os chineses também relataram no Weibo que os veículos dos bombeiros demoraram para chegar ao prédio porque havia muitos bloqueios nas ruas, o que pode ser mais um exemplo das dificuldades impostas pelas medidas de lockdown.
A revolta cresceu ainda mais porque, ao buscar informações sobre o ocorrido, os chineses se depararam com a censura do Partido Comunista. Imagens do incêndio (acima) foram apagadas do Weibo. A hashtag sobre o fogo teve 1,5 bilhão de visualizações, mas estranhamente não apareceu na lista das mais vistas.
Na sexta, 25, o governo chinês anunciou que qualquer pessoa que espalhe uma narrativa sobre o incêndio diferente da versão oficial poderá sofrer punições.
Cansados de tantos controles, os chineses foram gritar nas ruas por liberdade. Eles querem poder sair de casa, e também estão cansados da ditadura comandada por Xi Jinping.
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Comentários (6)
José Roberto Rezende Fully
2022-12-12 18:52:12Só de pensar em residir num país com total contrôle da população dá-me alteração do metabolismo! Só falta o governo criar um mecanismo p/ controlar o pensamento da população!.
Alberto
2022-11-29 14:44:15Qualquer semelhança com a censura aqui no Brasil é mera coincidência ou seja tem que fazer o que o sr.supremo quer.
Vitor Carlos Marcati
2022-11-29 06:32:28É só mandar o Alexandre de Moraes pra lá que esses protestos anti democráticos acabam, viva o lockdown viva o sus!!!!! ( aviso contêm ironia)
Paulo
2022-11-28 18:02:57Alô petralhada " quem vê as barbas do vizinho pegando fogo, bota as suas de molho."
Cleoma
2022-11-28 17:34:19Ninguém aguenta tanta reprimenda, tem que acabar com esse partido mentiroso. o PT. Bsssta, que não se meta a besta.
JULIANA
2022-11-28 15:49:27Torço pelos chineses; estão revoltados com toda a razão!