Por que o tombo da Argentina com a pandemia será maior que o do Brasil
O PIB da Argentina deve cair 12% em 2020. O do Brasil, de acordo com o Banco Central, deve diminuir 4,5%. Em 2021, a Argentina deve crescer 3,3% em 2021, de acordo com dados da consultoria Fiel, mais ou menos o que o Banco Central estima para o Brasil. Ou seja, a recuperação nos dois...
O PIB da Argentina deve cair 12% em 2020. O do Brasil, de acordo com o Banco Central, deve diminuir 4,5%. Em 2021, a Argentina deve crescer 3,3% em 2021, de acordo com dados da consultoria Fiel, mais ou menos o que o Banco Central estima para o Brasil.
Ou seja, a recuperação nos dois países se dará em patamares diferentes. "Considerando a queda deste ano, o tombo da Argentina será muito maior", diz o economista argentino Juan Luis Bour, da consultoria, baseada em Buenos Aires.
Diversos fatores explicam essa diferença. Entre eles, o fato de que a quarentena na Argentina foi mais intensa, o que prejudicou ainda mais a atividade econômica. Além disso, o governo criou diversos entraves para o setor privado.
Em dezembro de 2019, quando o presidente Alberto Fernández e Cristina Kirchner (foto) assumiram a presidência, o governo dobrou o valor das indenizações com o objetivo de evitar demissões. Com a chegada da pandemia do coronavírus no início deste ano, as demissões foram proibidas. Em junho, o governo esboçou uma intervenção em uma das maiores exportadoras de grãos do país, a Vicentin, o que causou revolta na população.
Neste mês, o governo avançou no Congresso com um imposto sobre as grandes fortunas, que também será aplicado sobre os ativos das empresas. "Este governo tem ido contra o capital, contra o setor privado. Os empresários não estão contratando, porque sabem que não poderão demitir, e também estão preocupados com o aumento dos impostos", diz Luis Bour. "Para completar, vivemos em um país sem reservas internacionais, sem política econômica definida e que ainda não completou a negociação com o FMI. É de se esperar que a recuperação após a pandemia não será tão fácil."
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Comentários (10)
João1
2020-11-23 17:53:20A Argentina parece estar caminhando a passos largos para um processo de "venezuelizacão". Esse é o projeto da esquerda mais radical na América Latina. Por enquanto, no Brasil, conseguimos escapar desse destino. Mas todo cuidado é pouco...
TONI FERREIRA
2020-11-23 15:26:08O Brasil em termos econômicos é bem diferente da Argentina embora os economistas sempre façam níveis de similitude entre os dois países em tempos de crise. Se o Brasil investisse no setor primário da economia, principalmente na produção de grãos para exportação e também incentivasse o reflorestamento com o desmatamento apenas sustentável, poderíamos aumentar consideravelmente nossas exportações e gerarmos um superávit bem maior. O mesmo se diga da pecuária para exportação de carne e derivados.
Vasconcellos
2020-11-23 11:38:12A esquerda marxista mundial, como boa negacionista que é, insiste em ignorar as muitas experiências devastadoras que o massacre à iniciativa privada produziu. A ditadura chinesa foi mais esperta e incentiva o capital. Mas a Argentina continua no passado, com o sonho revolucionário que não deu certo em lugar nenhum.
Eugenio
2020-11-23 08:29:30Argentina do primer mundo ao quarto mundo, gracias al peronismo.
Alberto, o de sempre
2020-11-23 01:34:13A resposta é simples e cristalina. Na Argentina, escolheram um comunista FDP (todos são sem exceção) para "presidente". No Brasil, escolheram um Presidente patriota, honesto, e que acabou com a mamata da corja de vagabundos (aí incluidas a extrema imprensa) e que só não faz mais porque o Nhonho/Botafogo/FDP + o Batoré/FDP + intergrantes do ninho de ratos/ FsDsPs+ os canalhas da pocilga/FsDsPs do "stf" não deixam. E tb pq o gado votou no Boulos e no Paes. Que nojo!
Jorge
2020-11-22 19:31:16Triste constatar a repetição de tantos erros já cometidos e que não deram certo.
Jorge
2020-11-22 19:27:21Triste constatar que erros passados são repetidos.
Jose
2020-11-22 18:25:35Isto é a esquerda no poder, estado forte, fortíssimo e instituições fracas, fraquíssimas, economia indo pro brejo.
Dalila
2020-11-22 17:34:42Sem um setor privado forte não haverá recuperação rápida porque o Estado põe a mão pesada em tudo
Getulio
2020-11-22 16:35:30Uns kumpanhêru bem que pressionaram a "Dra" Rousseff no sentido de torrar as reservas internacionais. O propósito era reter o "Pudê" a qualquer preço. A "Dra" foi apeada do poleiro antes que pudesse realizar o sonho deles. Problemas orçamentários são sérios, mas não tão sérios qto as dificuldades resultantes de desequilíbrio na balança de pagamentos. O País sofreu demais com a falta de reservas para importar bens e serviços essenciais à sua sobrevivência e progresso. Todo o cuidado será pouco.