Por que o módulo lunar da Índia deu certo e o da Rússia fracassou?
Duas sondas enviadas à Lua nesta semana tiveram destinos bem diferentes: enquanto a indiana Chandrayaan-3 (na foto, durante seu período de testes) foi a primeira a conseguir descer no polo sul lunar — tornando a Índia o quarto país do mundo a fazer uma alunissagem, depois de URSS, EUA e China — a russa Luna-25...
Duas sondas enviadas à Lua nesta semana tiveram destinos bem diferentes: enquanto a indiana Chandrayaan-3 (na foto, durante seu período de testes) foi a primeira a conseguir descer no polo sul lunar — tornando a Índia o quarto país do mundo a fazer uma alunissagem, depois de URSS, EUA e China — a russa Luna-25 saiu do controle da agência Roscosmos e se chocou contra a superfície do satélite da Terra. Por que a missão lunar da Índia deu certo e a da Rússia não?
Para a especialista Raquel Missagia, doutora em Estudos Estratégicos da Defesa e da Segurança e professora-colaboradora no Instituto de Estudos Estratégicos da UFF, o programa espacial indiano, um dos que mais cresceram nos últimos anos, soube aprender com os erros recentes. "Em 2009, a Chandrayaan-1 teve que realizar um pouso forçado na superfície lunar após falhas no equipamento; em 2019, na segunda tentativa indiana de pousar na Lua, a Chandrayaan-2 não obteve êxito. As duas falhas auxiliaram no processo de amadurecimento tecnológico para que a missão Chandrayaan-3 obtivesse sucesso", diz Raquel.
No caso da Rússia, a Luna-25 foi a primeira missão lunar do país em 47 anos —ou seja, a última havia sido em 1976, quando ainda existia a URSS, país pioneiro em descidas automatizadas bem-sucedidas."O desenvolvimento da Luna-25 não foi evolução de uma missão anterior, já que muitos dos engenheiros experientes e que participaram dos lançamentos nos anos 1970 já estavam aposentados", explica a especialista. "Além disso, o programa espacial russo experimentou uma grave crise ao longo dos anos 1990, e a Luna-25 sofreu com longos atrasos em sua execução, por vezes fruto de restrições orçamentárias", acrescenta ela.
Raquel Missagia pondera, porém, que o cenário atual pode contribuir para que os russos voltem a investir no setor espacial: o diretor da Roscosmos, Yuri Borisov, prometeu acelerar o desenvolvimento da missão Luna-26. "Há também um incentivo ainda maior: a aproximação estratégica entre Rússia e China para a construção da Estação Internacional de Investigação Lunar, uma base que deverá estar operacional até meados da década de 2030", afirma a especialista.
E a "nova corrida espacial" segue, com mais países e, agora, empresas privadas querendo pousar na Lua. O Japão deve enviar sua missão lunar nesta sexta (25); chineses e americanos já têm novas missões programadas para o ano que vem.
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Comentários (3)
Cláudio Oliveira Ianni
2023-08-24 23:09:39Muito legal isto
ANDRÉ MIGUEL FEGYVERES
2023-08-24 21:17:35Também deu certo porque a India é aliada dos americanos e aprende c eles. O Brasil, enquanto tivermos os inúteis PT/Lula no governo, com sua nefasta ideologia esquerdista e retrógrada, não promove educação, intercâmbio e união científica e cultural com as nações realmente democráticas como Japão, Europa Ocidental, Canadá e EUA. Pôxa Lula, vamos ter q aguentar essa situação até 2026? Lula o fracasso da Russia é o seu fracasso mas o eventual sucesso da Russia jamais será compartilhado c o Brasil!
ANDRÉ MIGUEL FEGYVERES
2023-08-24 20:49:02Russia sempre usou a ciência p se vangloriar de que o regime comunista é melhor do que o sistema democrático e capitalista. Começou assim tão logo obtiveram sucesso no lançamento do Sputnik e sempre desde então até os americanos vencerem a corrida espacial colocando o primeiro homem na Lua em 20/7/1969. Desde então o líder mundial em pesquisas e desenvolvimento científico são os EUA. Os americanos têm 4.500 universidades de alto nível. Uma sociedade civil livre e democrática, essa é a razão.