Por que Nobel de Economia não gostou da tarifa imposta por Trump ao Brasil
Para o economista Paul Krugman, a decisão do presidente americano é "perversa e megalomaníaca"

O economista americano Paul Krugman (foto), que recebeu o Nobel de Economia em 2008 por seu trabalho em geografia econômica e na identificação de padrões de comércio internacional, classificou na quarta-feira, 9, a tarifa de 50% imposta ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como "perversa e megalomaníaca".
Em artigo publicado no Substack, Krugman disse que a tarifa serve apenas para "punir o Brasil por levar Jair Bolsonaro a julgamento".
"Ora, esta não seria a primeira vez que os Estados Unidos utilizam a política tarifária para fins políticos. Pelo contrário, o sistema de comércio internacional que estabelecemos após a Segunda Guerra Mundial foi, em parte, motivado pela crença das autoridades americanas de que o comércio, além de ser economicamente benéfico, era uma força para a paz e fortaleceria a democracia em todo o mundo. Eles provavelmente estavam certos e, de qualquer forma, era um objetivo nobre.
Agora, Trump está tentando usar tarifas para ajudar outro aspirante a ditador. Se você ainda achava que os Estados Unidos eram um dos mocinhos do mundo, isso deve lhe dizer de que lado estamos hoje em dia", escreveu.
Com dados da Organização Mundial do Comércio de 2022, o economista mostrou que 11,4% das exportações brasileiras são direcionadas aos EUA, enquanto 26,8% são destinadas à China, 15,2% à União Europeia, 4,6% à Argentina e 2,7% ao Chile. Os 39,3% restantes vão para países diversos.
Com isso, as exportações brasileiras para os EUA representam menos de 2% do PIB brasileiro.
"Trump realmente imagina que pode usar tarifas para intimidar uma nação enorme, que nem sequer depende muito do mercado americano, a abandonar a democracia?", questionou o Nobel de Economia.
Para Krugman, a imposição da tarifa de importação de 50% para produtos brasileiros por questões políticas seria "por si só, motivo para impeachment" de Trump.
"Estamos diante de mais um passo terrível na espiral descendente do nosso país", concluiu o Nobel de Economia.
Leia também: Lula promete resposta “à luz da lei de reciprocidade” aos EUA
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Comentários (2)
Clayton De Souza pontes
2025-07-10 09:50:31Perfeito. Trump deve estar gagá e acha que pode tudo
Marcia Elizabeth Brunetti
2025-07-10 09:01:02“Ajudar outro aspirante a ditador”. Essa é a melhor forma de ver quem é Trump. E Luleco agora quer revidar. Em breve Cuba será nosso padrão de economia .