Por que Cristina Kirchner tem pressa para mudar o gabinete na Argentina
Seis ministros do governo do presidente da Argentina, Alberto Fernández, além de secretários e diretores de agências e empresas estatais, colocaram seus cargos à disposição nesta quarta, 15. Todos são ligados à vice-presidente Cristina Kirchner (foto). "É uma estratégia de pressão. Nenhum deles de fato quer deixar o governo. Por isso, não renunciaram. O que Cristina...
Seis ministros do governo do presidente da Argentina, Alberto Fernández, além de secretários e diretores de agências e empresas estatais, colocaram seus cargos à disposição nesta quarta, 15. Todos são ligados à vice-presidente Cristina Kirchner (foto).
"É uma estratégia de pressão. Nenhum deles de fato quer deixar o governo. Por isso, não renunciaram. O que Cristina pretende é forçar a queda do chefe de gabinete, Santiago Cafiero, e do ministro da Economia, Martín Guzmán", diz o cientista político argentino Patricio Giusto, da consultoria Diagnóstico Político, em Buenos Aires.
Cristina quer armar um gabinete de governo só com seus protegidos. Com isso, terá um controle maior do orçamento e da política para então colocar em prática medidas populistas. Seu principal objetivo é reverter o resultado das eleições primárias, realizadas no domingo, 13, em que o peronismo perdeu para a oposição de 32% para 41%.
Caso o resultado das eleições primárias, que servem apenas para escolher os candidatos dos partidos, sejam confirmados nas eleições legislativas de 14 de novembro, Cristina terá muitos problemas pela frente.
Se os números não mudarem, a coalizão governista Frente de Todos poderá perder a maioria no Senado, que tem um total de 72 cadeiras. O número de senadores governistas cairia de 41 para 35.
Para Cristina, o placar no Senado tem uma importância fundamental. Nos últimos dois anos, ela tem usado a casa para tentar se livrar de processos na Justiça. É acusada de traição à pátria, corrupção, formação de quadrilha, fraude e lavagem de dinheiro. Há um ano, o Senado aprovou a transferência de três juízes responsáveis por processos judiciais contra Cristina Kirchner para outros tribunais. A oposição se absteve da votação.
Na Argentina, a Justiça é mais dependente do poder Executivo e evita enfrentar diretamente seus integrantes. Processos perdem ou ganham velocidade dependendo da expectativa de mudança no poder. As primárias do dia 12 afetaram as previsões ao trazer a probabilidade de que o peronismo poderá não sair vitorioso nas eleições presidenciais de 2023. Em seu discurso para comentar a derrota do domingo, o presidente Alberto Fernández pela primeira vez afirmou que tem “pela frente dois anos de governo”, ignorando a possibilidade de reeleição.
A Justiça argentina, então, já deve começar a trabalhar com a perspectiva de uma alternância de poder. “Na Argentina, basta mudar a expectativa para que os processos sejam retomados e testemunhas comecem a aparecer para prestar depoimentos” diz Patricio Giusto. “A grande batalha de Cristina é na Justiça.”
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Comentários (6)
Marcello
2021-09-16 17:38:23Políticos bandidos, a dura realidade da américa latrina!
Márcia
2021-09-16 17:08:52La mierda de los hermanos apesta tanto como la nuestra
Tocqueville
2021-09-16 16:58:44Como sustenta um antigo adágio argentino, os peronistas fazem bem o mal e mal, o bem.
Humberto
2021-09-16 14:27:27Nem tanto Globolixo, nem tanto jovem pano não é???? Vamos ser razoavelmente verdadeiros sem fake News!!! Fazer as mudanças que precisam , mecher na Petrobras, gasolina a 7,20 não dá ??? Quando o discurso de campanha não combina com a realidade a Globolixo não tem nada haver , Cristina tbm tem filhos enrolados com a justiça , ela não sabe se governa ou foge !!!
MARCOS
2021-09-16 14:19:34QUAL É O POVO MAIS BURRO? O BRASILEIRO OU O ARGENTINO? O POVO ARGENTINO COMEÇOU MAIS CEDO A FAZER BURRICE ELEGENDO ESSA LADRA MAS O POVO BRASILEIRO VAI GANHAR ELEGENDO O EX-PRESIDIÁRIO LULA.
Globolixo
2021-09-16 13:16:27Tá vendo se macri tivesse ganho a Argentina estaria muito melhor! Seus mané!