Polícia invade sede do partido de Marine Le Pen na França
Segundo o líder da legenda, Jordan Bardella, foram apreendidos e-mails, registros contábeis e documentos relacionados a campanhas eleitorais recentes

A polícia financeira da França invadiu nesta quarta-feira, 9, a sede do partido Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen.
Segundo o líder da legenda, Jordan Bardella, foram apreendidos e-mails, registros contábeis e documentos relacionados a campanhas eleitorais recentes.
"Desde as 8h50 desta manhã, a sede do Reagrupamento Nacional — incluindo os escritórios de seus líderes — está sendo alvo de uma busca realizada por cerca de vinte policiais da Brigada Financeira, armados e usando coletes à prova de balas, acompanhados por dois juízes de instrução.
Todos os e-mails, documentos e registros contábeis do principal partido de oposição foram apreendidos, embora ainda não saibamos as queixas precisas subjacentes a eles.
Tudo o que sabemos é que todos os arquivos relativos às últimas campanhas regionais, presidenciais, legislativas e europeias — ou seja, toda a atividade eleitoral do partido — estão agora nas mãos dos tribunais.
Esta operação espetacular e sem precedentes é claramente parte de uma nova operação de assédio. É um sério ataque ao pluralismo e à mudança democrática.
Nunca um partido de oposição sofreu ataques tão implacáveis durante a Quinta República", escreveu o político francês no X.
Farsa?
Em uma segunda publicação no X, Bardella chamou a busca por "credores habituais" de "farsa".
"As buscas, conduzidas em condições extraordinárias, tinham como alvo supostos 'credores habituais'. Essa acusação vaga, sem uma definição clara, já foi investigada pela Comissão de Contas de Campanha.
Suspeitar que os nossos ativistas — muitas vezes idosos, honestos e empenhados — que emprestam dinheiro ao Reagrupamento Nacional por falta de um banco disposto a fazê-lo, praticam 'exercícios ilegais da profissão bancária' é uma farsa.
Este deslocamento de força tem apenas um objetivo: dar espetáculo aos canais de notícias, revistar a correspondência privada do principal partido da oposição e apreender todos os nossos documentos internos.
Nada a ver com justiça, tudo a ver com política."
A operação
A operação ocorre meses depois de Marine Le Pen e outros integrantes do partido terem sido considerados culpados de desvio de fundos da União Europeia.
O Ministério Público francês alega que operação integra uma investigação iniciada após "vários alertas de uma fonte institucional" sobre o financiamento ilegal de campanhas do Reagrupamento Nacional.
"A investigação judicial visa apurar se essas campanhas foram financiadas por meio de empréstimos ilegais de pessoas físicas em benefício do partido ou de seus candidatos, bem como por meio de superfaturamento de serviços ou cobrança de serviços falsos que foram posteriormente incluídos nos pedidos de ressarcimento apresentados ao Estado para despesas de campanha", afirmou o Ministério Público em nota.
Le Pen ainda recorre da sentença de inelegibilidade e promete concorrer à sucessão de Emmanuel Macron em 2027.
A operação ocorre meses depois de Marine Le Pen, candidata presidencial três vezes pelo RN, e outros membros do partido terem sido considerados culpados de desvio de verbas da UE, o que pode impedi-la de concorrer às eleições presidenciais de 2027. Ela está recorrendo da sentença e afirma que ainda concorrerá à sucessão de Macron.
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