Petro reclama da absolvição de Uribe
Adversário político de Petro, ex-presidente colombiano foi absolvido em segunda instância

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, reclamou da absolvição em segunda instância do ex-presidente e adversário político Álvaro Uribe.
“O Tribunal Superior de Bogotá repete a história, contradizendo a Suprema Corte, e afirma que a escuta telefônica de um criminoso por um juiz da Suprema Corte, na qual a voz de Uribe parece falar sobre subornos, é uma forma de privacidade”, escreveu Petro em seu perfil no X.
“É assim que a história da governança paramilitar na Colômbia é encoberta, isto é, a história dos políticos que chegaram ao poder em aliança com o narcotráfico e desencadearam o genocídio na Colômbia”, seguiu Petro.
Trump
"Agora, Trump, aliado a esses políticos e a Uribe, buscará sancionar o presidente que denunciou, durante toda a sua vida, as alianças entre o poder político colombiano e o narcotráfico paramilitar na Colômbia, e o faz com a ajuda daqueles que ajudaram o paramilitarismo no país", continuou.
"Na comissão de denúncias, os envolvidos no desvio de verbas da Fomag já buscam um golpe de Estado. Então chegou a hora das definições, e não é Trump quem define, são as pessoas. Estarei esperando por vocês na Plaza Bolívar em Bogotá nesta sexta-feira para começar a coletar assinaturas para o poder constituinte", finalizou.
A absolvição de Uribe
Álvaro Uribe foi absolvido em segunda instância nesta terça-feira, 21.
O ex-presidente tinha sido condenado em agosto a 12 anos de prisão domiciliar por suborno de três testemunhas e fraude processual. Ele passou 19 dias preso até a concessão do recurso que o permitiu aguardar a decisão desta terça em liberdade.
Ao revogar as condenações, o tribunal apontou falta de provas que ligassem o ex-presidente ao cometimento dos crimes e ausência de intenção direta.
“A sentença incorreu em erro”
“Diz a sentença [de primeira instância] que o testemunho de [Juan Guillerno] Monsalve provou coerção ou solicitação explícita para obter uma retratação em favor do réu [Álvaro Uribe] e contra o parlamentar Iván Cepeda Castro. A sentença incorreu em erro ao supor que o interesse do réu em obter provas lícitas equivalia a dolo, interpretando falaciosamente recomendações de ‘dizer sempre a verdade’ como ilicitude, sem evidências”, disse o juiz Manuel Antonio Merchán, do Tribunal Superior de Bogotá.
“As conversas interceptadas mostram ausência de instruções para induzir falsidade. E aqueles que tiveram contato com Uribe negam propósitos ilícitos. A ligação de 26 de março foi mal interpretada. Uribe pergunta se Monsalve foi pressionado por Cepeda. Não afirma esse fato. E a expressão ‘isso ajuda muito’ se refere a esclarecer a situação, não a induzir mentiras”, seguiu o juiz.
“A sentença em primeira instância incorreu em erros metodológicos, falácias interpretativas e avaliação tendenciosa ao inferir subordinação e dolo sem base objetiva. Em consequência, o tribunal conclui que não há prova além da dúvida razoável e revoga a condenação imposta a Álvaro Uribe Vélez neste caso”, completou.
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