Petistas reclamam da polícia em cartilha de segurança pública
Fundação Perseu Abramo pede "reformas estruturais para uma segurança pública antirracista, cidadã e democrática"
A Fundação Perseu Abramo, ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT), divulgou na semana passada uma cartilha de segurança pública.
O documento foi inspirado pelo "trabalho iniciado em 2022 pelo Instituto Cidadania, hoje Instituto Lula".
Em seu primeiro capítulo, a cartilha coloca o presidente Lula como o responsável pela operação Carbono Oculto.
"Característica fundamental da atuação do PT na segurança pública: mais planejamento, inteligência, ciência e tecnologia para alcançar os verdadeiros chefes das facções e também os criminosos que atuam nos bairros e ruas, provocando pavor e pânico na população. Ou seja, queremos atingir toda a cadeia do crime organizado — dos 'peixes grandes' aos 'peixes pequenos' que causam medo em nossas famílias", diz o texto.
"Foi isso que ocorreu no terceiro governo do presidente Lula, com a maior operação da história do Brasil, a Carbono Oculto."
A Carbono Oculto, contudo, foi preparada pelo Ministério Público de São Paulo com a Receita Federal.
"A Polícia Federal só foi convidada depois, porque outros estados apareceram nas investigações", afirma o coronel aposentado da Polícia Militar José Vicente da Silva.
Outro destaque da cartilha petista é que, após os dois primeiros capítulos introdutórios, o tema é "Reformas estruturais para uma segurança pública antirracista, cidadã e democrática".
Só o capítulo seguinte fala em "Política do uso da força e coordenação das organizações policiais".
Ou seja, a preocupação maior é em mudar a polícia, e não atuar contra os criminosos.
"A última grande reforma do sistema policial brasileiro ocorreu no final dos anos de 1960 para atender aos propósitos da ditadura civil-militar. A Constituição Cidadã de 1988 avançou no reconhecimento da segurança pública como um direito social fundamental, porém manteve o arranjo policial deficitário, reproduzindo os monopólios corporativos dos policiamentos e estimulando os conflitos de competência entre as agências federais, estaduais e municipais", diz o capítulo sobre as reformas estruturais.
"Infelizmente, a transição democrática conservou muitos elementos dos períodos autoritários", diz a cartilha.
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