PDT - de Lupi e Queiroz - avalia apoiar CPMI do roubo das aposentadorias
Assunto será discutido durante reunião da executiva nacional da sigla, marcada para a próxima terça-feira, em Brasília

O PDT, partido do ex-ministro ministro da Previdência Carlos Lupi e do atual, Wolney Queiroz, deve discutir na próxima terça-feira, 20, durante reunião da executiva nacional da sigla, se vai aderir ou não à CPMI do Roubo das Aposentadorias, que foi protocolada nesta semana pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
Conforme apurou Crusoé, há um sentimento no partido de que é necessário se apoiar a investigação até para afastar qualquer possibilidade de que a crise gerada pelas investigações da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) caia apenas no colo de Lupi e Queiroz. Alguns integrantes da sigla ainda estão inconformados pela forma como Lupi foi fritado no Ministério da Previdência pelo presidente Lula.
Membros do partido argumentam que, por exemplo, Lula foi bem mais complacente com outros ex-ministros como Juscelino Filho. Filho deixou o Ministério das Comunicações apenas depois de ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em uma investigação sobre desvios de emendas parlamentares.
Além de discutir se vão aderir ou não à CPMI, os integrantes do PDT também vão avaliar se ficarão ou não na base do governo Lula. Ao longo do desenrolar da crise, a bancada do PDT na Câmara decidiu se declarar independente; a do Senado, no entanto, manteve-se na base petista. A posição do PDT é semelhante aos dos congressistas do PT. Antes refratários à investigação, eles agora tendem a endossar o pedido.
Mas, para de fato colocar a sua digital nessa comissão, os deputados e senadores do PT defendem que a relatoria fique com alguém da base governista ou que ocorra uma mudança no escopo da investigação.
"O nosso partido, se mudar o fato determinado dessa CPI, para não ser uma CPI para fazer palanque político, de um lado, sem nenhuma intenção de restabelecer o direito dos aposentados de terem de volta aquilo que lhes foi tirado indevidamente, para a gente colocar na cadeia e punir quem de fato", disse o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), durante sessão que discutiu os descontos ilegais de aposentadorias nesta quinta-feira, 15.
Na visão de integrantes da base governista, a instalação da CPMI tende a ser inevitável. Principalmente se os parlamentares bolsonaristas acionarem o Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), a instalar a investigação. Esse expediente foi utilizado por aliados de Lula na época da CPI da Covid.
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) assinou o requerimento de criação da CPMI. Ele, por enquanto, é o único congressista do PT a subscrever a investigação.
“Fraudar aposentados e pensionistas é um crime inaceitável, de uma crueldade imensa contra aqueles que trabalharam para construir este país. Por isso, faço coro por uma investigação contundente, que traga punição exemplar para todos os responsáveis, doa a quem doer”, afirmou Contarato no X (antigo Twitter), ao anunciar que assinou o pedido.
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