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Partido de Mandela se encaminha a perder maioria na África do Sul

30.05.24 16:09

O partido de Nelson Mandela, o Congresso Nacional Africano (CNA), deve perder a maioria no parlamento da África do Sul, segundo a apuração das eleições desta quarta-feira, 29 de maio.

Com cerca de um terço das urnas apuradas, o CNA tem apenas 43% dos votos. Ele é seguido pela Aliança Democrática, com 25%.

O resultado deve ser anunciado ao longo do final de semana.

O Conselho para Pesquisa Científica e Industrial, em parceria com o site de notícias News24, projetam que o partido de Mandela acabe com 42% dos 400 assentos da Assembleia Nacional, a Câmara dos Deputados sul-africana.

Essa será a primeira vez desde o fim do apartheid, no início da década de 1990, que o CNA não terá maioria na Casa, que elege o presidente da África do Sul.

Em 2019, nas últimas eleições, eles obtiveram 57% dos assentos.

A expectativa é que o CNA continue como o maior partido na Assembleia Nacional, mas, desta vez, precisará formar coalizão com outras siglas para manter-se no poder.

O atual presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa (foto), tenta se eleger a um segundo mandato de cinco anos, o último permitido pela legislação.

Presidente da África do Sul entoa canto antissemita

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, liderou um comício com o canto antissemita “do rio ao mar, a Palestina será livre”. O ato provocou indignação na comunidade judaica sul-africana, que condenou o discurso que é um apelo à eliminação literal do Estado de Israel.

Durante um comício em Soweto, no último fim de semana, Cyril Ramaphosa liderou a multidão em um canto que tem origem na Carta do Hamas e é amplamente reconhecido como um apelo à destruição de Israel. O slogan “do rio ao mar, a Palestina será livre” é explícita e inequivocamente antissemita, pois preconiza a eliminação do Estado de Israel, situado entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo.

Ramaphosa não mencionou em seu discurso um apelo para a libertação dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas há quase nove meses, intensificando a controvérsia. A comunidade judaica sul-africana, representada pelo South African Jewish Board of Deputies (SAJBD), condenou o presidente: “o chamado para remover todos os judeus do rio Jordão ao mar Mediterrâneo equivale a remover todos os judeus de Israel. Este slogan quer ver Israel como ‘Judenfrei’, ou livre de judeus”​​.

A atitude de Ramaphosa deve ser vista dentro do alarmante crescimento do antissemitismo na África do Sul. Em 2019, um relatório destacou essa ascensão preocupante. Historicamente, o racismo no país era percebido como uma questão de cor, mas recentemente tem se misturado com o antissemitismo, criando um ambiente ainda mais hostil para a comunidade judaica.

Alan Dershowitz destacou a “desproporcionalidade do ódio contra a única nação-estado do povo judeu” e o “silêncio desproporcional” em relação a críticas justas a outras nações, incluindo os palestinos​​.

O governo sul-africano, em 2017, rebaixou a embaixada em Israel para um consulado, uma medida vista como racista e antissemita pela comunidade judaica local. Zev Krengel, vice-presidente do SAJBD, afirmou que essa foi “a questão mais importante a afetar a comunidade judaica sul-africana nos tempos modernos”​​.

Incidentes antissemitas têm sido recorrentes no país, como a tentativa de boicote acadêmico de Israel pela Universidade da Cidade do Cabo e a exibição de uma suástica por estudantes em um tour pelo Centro do Holocausto e Genocídio de Joanesburgo​​. Além disso, um membro do BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) comparou israelenses a nazistas, demonizando soldados israelenses como assassinos calculistas de crianças.

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