Paraguai segue Argentina e promete declarar CV e PCC como terroristas
O governo paraguaio também ativou alerta máximo na fronteira com o Brasil
O ministro do Comando de Defesa Nacional do Paraguai, Cíbar Benítez (foto), afirmou nesta quinta-feira, 30, que o governo paraguaio irá declarar Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como organizações terroristas.
"Vamos declarar como organizações terroristas o Comando Vermelho e o PCC. Isso acontecerá através de um decreto provavelmente nas próximas horas. Há razões de sobra para fazer essa declaração, que tem seu peso e contrapeso", disse Benítez.
Assim como a Argentina, o Paraguai também ativou alerta máximo na fronteira com o Brasil.
"Isso não somente [em relação à] inteligência, nem somente presença, haverá um aumento de números, um reforço de meios. Isso é pessoal e material, tudo o que tenha a ver com defesa e segurança", disse.
Argentina
A ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, afirmou que o governo de Javier Milei passou a considerar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), como organizações terroristas.
"A partir daí, decidiu-se uma nova estratégia de combate. Abandonaram a política de pacificação que havia sido muito bem-sucedida no Rio de Janeiro. Fui ver como era. Conheci a experiência. E começam essas duas organizações, que a Argentina declarou narcoterroristas", disse Bullrich em entrevista ao canal La Nación+, na noite de terça, 28.
O entrevistador, então a interrompeu: “O Primeiro Comando e o Comando Vermelho foram declarados narcoterroristas pela Argentina?”.
“Sim. São narcoterroristas, porque têm todo um sistema”, disse a ministra.
Lula
O governo Lula, contudo, é contra equiparar os grupos de crime organizado como entidades terroristas.
"É preocupante a equiparação entre a criminalidade e o terrorismo. A forma mais eficaz de combater o tráfico de drogas é a cooperação para reprimir a lavagem de dinheiro e limitar o comércio de armas. Usar força letal em situações que não constituem conflitos armados equivale a executar pessoas sem julgamento", disse Lula durante a Assembleia-Geral da ONU.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, rejeitou, durante coletiva de imprensa ao lado do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), a possibilidade classificar as facções criminosas brasileiras como organizações terroristas.
Segundo Lewandowski, o terrorismo e o crime organizado possuem naturezas distintas e não devem ser confundidos. O ministro afirmou que o governo federal não tem intenção de “misturar esses conceitos”.
“O terrorismo envolve sempre uma motivação ideológica, uma atuação política, com repercussão social e atentados esporádicos. As facções criminosas são grupos que praticam crimes sistematicamente, previstos no Código Penal. É fácil identificar uma facção pelo resultado de suas ações, não há subjetivismo nisso. Já o terrorismo exige uma apreciação mais subjetiva. Temos leis que definem o que é organização criminosa e o que é terrorismo.”
Leia em O Antagonista: A insegurança de Lula
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