Para PF, 'senador' citado em esquema na Codevasf pode ser o líder do governo
A partir da Operação Mapa da Mina deflagrada na quarta-feira, 11, a Polícia Federal avançou sobre um grupo criminoso em Pernambuco que cooptava agentes públicos em troca do favorecimento em licitações estaduais, municipais e federais. Para embasar o pedido de busca e apreensão contra os alvos da operação, a PF destacou uma conversa encontrada no...
A partir da Operação Mapa da Mina deflagrada na quarta-feira, 11, a Polícia Federal avançou sobre um grupo criminoso em Pernambuco que cooptava agentes públicos em troca do favorecimento em licitações estaduais, municipais e federais. Para embasar o pedido de busca e apreensão contra os alvos da operação, a PF destacou uma conversa encontrada no aparelho celular de um empresário que tratava de supostos desvios na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, a Codevasf. Na troca de mensagens, o empresário fala em um "senador", mas sem declinar o nome do político.
No documento, diz a PF, a “referência a 'senador' pode indicar a ligação de Guilherme com o senador Fernando Bezerra Coelho (foto)”, líder do governo Jair Bolsonaro no Senado. O tal Guilherme que seria ligado ao senador é o falecido presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Guilherme Uchoa. “Da parte dele infelizmente não. Senador (sic) fazer mais nada. Mas deixa claro com ele que foi um ataque da Guard na Alforge, pois estávamos no contrato emergencial”, diz a mensagem encontrada a PF.
Os investigadores afirmam que o teor da mensagem também “sugere ter havido quebra de uma espécie de acordo entre as empresas de vigilância”, a Guard e a Alforge mencionadas na mensagem, que tinham contratos com a Codevasf.
Crusoé apurou que a desconfiança da PF recai sobre Fernando Bezerra porque a conversa tinha como mote uma licitação na estatal, conhecida por estar há anos sob a influência política do líder do governo no Senado. Além disso, o certame que teria sido fraudado ocorreu na superintendência da Codevasf em Petrolina, cidade comandada pelo filho do senador e principal base política do clã Bezerra Coelho.
O falecido Guilherme Uchoa seria o principal nome do esquema que teria utilizado lotéricas da Caixa em nome de seus familiares para escoar o dinheiro da propina. Segundo a PF, as empresas investigadas repassaram cerca de 14 milhões de reais para as lotéricas da família Uchoa.
“Havia o planejamento de direcionar licitações, inclusive com órgãos públicos federais -- na inicial petição, foi exaustivamente demonstrada a tentativa de cooptação de agentes públicos da Codesvasf --, por meio de oferecimento de vantagens indevidas”, sustentou a PF ao pedir as buscas.
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Comentários (3)
JAT
2020-11-18 17:48:03PAIS DE FAZ DE CONTA.
Jose
2020-11-16 14:24:00O Bozismo é mais uma ideologia de corruptos! A população precisa extirpar esta praga do Brasil!
Antônio
2020-11-16 13:13:52Quem dá um jeito de achar 92 votos para presidência do Senado é bem capaz disso, com certeza.