Os "cidadãos cearenses" do gabinete ministerial de Lula

O ministro dos Direitos Humanos de Lula, Silvio Almeida, se tornou nesta semana um "cidadão cearense", ao receber a honraria da Assembleia Legislativa do estado do Ceará (Alece). A cerimônia de homenagem, realizada na última quarta-feira, 3, não é mera coincidência: ele é o quinto ministro de Lula a ser condecorado na Casa.

Em 2023, a Alece já havia cedido o título de cidadão cearense a Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais; a Renan Filho, dos Transportes; José Múcio Monteiro, da Defesa; e a Flávio Dino, quando este ainda comandava a Justiça e Segurança Pública em 2023.

Segundo o jornal Diário do Nordeste, até o chefe da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno, também teve a honraria aprovada. Ricardo Lewandowski já tem a honraria desde 2021.

No estado, os ministros petistas têm um ambiente favorável: o governador Elmano de Freitas é do PT, assim como Evandro Leitão, filiado neste ano e o pré-candidato do partido à prefeitura de Fortaleza, que comanda a Alece. Lula tem visitado o estado com frequência, garantindo também palanque para nomes e campanhas do partido.

No caso de Silvio Almeida, a proposta de homenagem foi apresentada por dois nomes ligados ao governo na Casa —  os deputados Renato Roseno (Psol) e Larissa Gaspar (PT).  Roseno definiu Silvio de Almeida como “a convergência de intelectual orgânico na luta anitirracista, ministro e educador”, pertencendo a uma tradição de intelectuais negros brasileiros e de outros países.

A rasgação de seda continuou: “Silvio Almeida é um ministro que sintetiza as nossas lutas por outro projeto de sociedade que não será feito sem luta e muito trabalho de todos nós", disse Roseno. Durante a cerimônia, movimentos sociais compareceram ao auditório da Alece (o plenário foi atingido por um incêndio no final de junho).

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