Oposição não tira "anti-Dino" do sério
Se o plano da oposição no Senado era tirar o ministro da Justiça Flávio Dino (foto) do sério, durante sua sabatina para o Supremo Tribunal Federal (STF), a ideia não colou. A cena que mais ganhou as redes sociais nesta quarta, 13, foi a do senador Sergio Moro (União-PR) abraçando o candidato. O ex-juiz federal...
Se o plano da oposição no Senado era tirar o ministro da Justiça Flávio Dino (foto) do sério, durante sua sabatina para o Supremo Tribunal Federal (STF), a ideia não colou.
A cena que mais ganhou as redes sociais nesta quarta, 13, foi a do senador Sergio Moro (União-PR) abraçando o candidato. O ex-juiz federal tinha previsto uma "sabatina [que] vai ser longa e deve ser dura"— mas acabou flagrado aos sorrisos com o candidato.
Durante o ano, Dino se apresentou a parlamentares em performances cada vez mais midiáticas na Câmara e no Senado. Em maio, provocou o senador Marcos do Val (PSDB-ES) dizendo que, se o parlamentar integrou de fato a SWAT, Dino seria dos Vingadores. Na Câmara, acusou um deputado de fazer parte da "Terra Plana" jurídica ao acusá-lo de crimes com base no que o parlamentar encontrou na Internet.
Na sabatina de hoje, no entanto, Dino bancou o "anti-Dino", uma versão morna e sem nenhum açúcar das suas aparições anteriores. O objetivo de autopreservação parece ter funcionado.
Apenas sombras de seus discursos mais histriônicos apareceram em momentos aqui e ali da sabatina, que se estende sem intervalos por quase oito horas.
Quando questionado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Dino disse que os inquéritos enviados pela sua pasta a Polícia Federal tratam "de fatos e não pessoas", e negou outros interesses.
"Jamais a Polícia Federal foi por mim usada para fins políticos, a não ser o que a lei manda. Se eu não tivesse assim feito, aí sim eu estaria cometendo crime de prevaricação", disse. "Se tiver a honra de ser contratado pelo Botafogo ano que vem, eu garanto acertar os pênaltis".
A sabatina de Dino ocorreu ao mesmo tempo do interrogatório de Paulo Gonet para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Gonet, ainda mais insosso, não tinha muito o que perder com a sabatina — as votações para PGR são mais tranquilas e já havia indícios no ar de que as armas estariam mesmo apontadas para Dino.
Com a aprovação dos dois nomes pela CCJ, a nomeação vai para votação do Plenário ainda hoje. Se apenas uma grande escorregada de Dino poderia comprometer sua nomeação, coube ao "Anti-Dino", o vingador menos animado do planeta, salvar o dia.
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