Operação que afastou Witzel também apura propina a deputados e magistrados do Rio
Além do afastamento do governador do Rio, Wilson Witzel, e das prisões de aliados políticos do PSC, a operação deflagrada nesta sexta-feira, 28, pela Procuradoria-Geral da República apura um suposto esquema de pagamento de propina envolvendo deputados estaduais e até magistrados do estado. A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados...
Além do afastamento do governador do Rio, Wilson Witzel, e das prisões de aliados políticos do PSC, a operação deflagrada nesta sexta-feira, 28, pela Procuradoria-Geral da República apura um suposto esquema de pagamento de propina envolvendo deputados estaduais e até magistrados do estado.
A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio, André Ceciliano (foto), do PT. A suspeita é de que parte da verba destinada à saúde era desviada para parlamentares fluminenses.
Segundo a PGR, alguns deputados estaduais podem ter se beneficiado de dinheiro público desviado de sobras dos duodécimos do Poder Legislativo, que é a verba que sobrava do orçamento do Legislativo e era repassada para o Fundo Estadual de Saúde.
De acordo com a investigação, esses valores eram transferidos pelo governo estadual na sequência para os Fundos Municipais de Saúde de cidades indicados pelos deputados, que, por sua vez, recebiam de volta parte dos valores como propina pela indicação política feita.
A PGR afirma que até mesmo o Poder Judiciário pode ter sido utilizado para beneficiar agentes com vantagens indevidas. Um esquema arquitetado por um desembargador do Trabalho beneficiaria organizações sociais do grupo criminoso por meio do pagamento de dívidas trabalhistas judicializadas.
Essas organizações sociais, que tinham valores a receber do estado, a título de "restos a pagar", tiveram, segundo a PGR, a quitação das dívidas trabalhistas por meio de depósito judicial feito diretamente pelo governo do Rio. Para participar do esquema criminoso, as chamadas OSs teriam que contratar uma advogada ligada ao desembargador que, após receber seus honorários, retornaria os valores para os participantes do ilícito.
Segundo a investigação, para as entidades, a vantagem de ingressar nesse esquema criminoso seria a oportunidade de receber do estado os "restos a pagar" sem dificuldades, de forma mais rápida, além da obtenção de certidão negativa de débitos trabalhistas junto à Justiça do Trabalho.
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Comentários (5)
Inês
2020-08-28 21:28:22Maldita herança de corrupção, de origem constituicional que possibilitou aos Estados autonomia aos governos locais, o Rio de Janeiro faliu com esse desmandos de governadores e parlamentares corruptos.
Beto
2020-08-28 15:39:39A minha curiosidade é saber o que Gilmar Mendes decidiria se o caso do Witzel chegasse para ele. Provavelmente vão adotar a solução mais simples, evitando que chegue.
VARLICE
2020-08-28 12:13:20Agiram acertadamente: Ceciliano tem um histórico muito maior em termos de malfeitos do que qualquer outro deputado na Alerj. Enquadrando esse senhor fica muito mais fácil justificar a prisão de outros tantos daquela casa legislativa.
Roberto
2020-08-28 12:03:58Deixem a Polícia Federal trabalhar. A PF é uma Instituição de Estado e, não de governo, então, que lhe seja dada autonomia funcional e financeira, de modo a melhor investigar e combater a corrupção, mostrando ao Brasil que bandido não é só o miliciano, traficante ou assaltante, mas também o político, empresário, as Excelências que atuam em gabinetes....
Luís
2020-08-28 11:03:34UM PLEBISCITO PEDINDO PENA DE MORTE PARA ESSES CORRUPTOS: PRESIDENTE DA REPÚBLICA VICE PRESIDENTE DA REPÚBLICA DEPUTADO FEDERAL E SUPLENTE FUNCIONÁRIO PÚBLICO FEDERAL (TODOS PAGOS COM DINHEIRO PÚBLICO) GOVERNADOR VICE GOVERNADOR DEPUTADO DISTRITAL E SUPLENTE DEPUTADO ESTADUAL E SUPLENTE FUNCIONÁRIO ESTADUAL (TODOS PAGOS COM DINHEIRO PÚBLICO) PREFEITO VEREADOR E SUPLENTE FUNCIONÁRIO MUNICIPAL (TODOS PAGOS COM DINHEIRO PÚBLICO) CADEIA PARA EMPRESÁRIOS CORRUPTOS DE NO MÍNIMO 20 ANOS EM REGIME