Onda vermelha na América Latina esbarra na queda de popularidade
A eleição de diversos governantes de esquerda na América Latina, seja com a escolha de prepostos ou com a formação de coalizões partidárias, fez com que se especulasse sobre o surgimento de uma nova "onda vermelha" na região. Seria uma repetição dos anos 2000, quando houve uma predominância de governantes bolivarianos. A nova onda, contudo,...
A eleição de diversos governantes de esquerda na América Latina, seja com a escolha de prepostos ou com a formação de coalizões partidárias, fez com que se especulasse sobre o surgimento de uma nova "onda vermelha" na região. Seria uma repetição dos anos 2000, quando houve uma predominância de governantes bolivarianos. A nova onda, contudo, tem esbarrado no penhasco da impopularidade.
O caso mais emblemático é o do presidente chileno Gabriel Boric, que despontou como uma promessa de renovação política. Em dois meses de mandato, sua aprovação despencou de 58% para 24%. Ele já está pior que o presidente argentino Alberto Fernández, com 26%, e que o peruano Pedro Castillo com 25%. O venezuelano Nicolás Maduro, especula-se, não chega a 15%.
Os que se saem melhor são o boliviano Luis Arce Catacora, com 47% de aprovação, e o mexicano Andrés Manuel López Obrador, com 57%.
A má fase tem muito a ver com questões que atingiram todos os governos, como a pandemia de Covid e o aumento da inflação. A invasão russa da Ucrânia piorou ainda mais o quadro econômico.
Na América Latina, de uma forma geral, a popularidade dos presidentes caiu de 60% em 2009 para os atuais 30%, segundo o instituto Labinobarómetro.
Mas o declínio parece ter poupado mais os governantes de direita. Nas pesquisas mais recentes, a aprovação do governo de Jair Bolsonaro oscila entre 38% e 42%. O uruguaio Luis Lacalle Pou tem 47%. O equatoriano Guillermo Lasso, 42%. O colombiano Iván Duque é o que se sai pior: 23%.
"O que afetou mais a esquerda é o fato de que muitos dos seus líderes são populistas que venderam ilusões e geraram muita expectativa. O problema é que as condições atuais não permitem que eles cumpram com suas promessas", diz o cientista político Christopher Mendonça, professor de Relações Internacionais no Ibmec de Belo Horizonte.
O caso chileno mostra que essa frustração pode ocorrer em um tempo muito curto. "Os cidadãos tinham grandes expectativas com o governo de Gabriel Boric e não lhe deram tempo para que ele se adaptasse ao poder. Eles exigem soluções concretas para os problemas do país e desejam que elas sejam executadas rapidamente", diz Victoria León Porath, responsável pela pesquisa de opinião Pulso Cidadão. "O chamado período de lua de mel, em que os novos presidentes costumam ter boa aceitação entre os cidadãos, não durou muito."
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Comentários (3)
Maria
2022-05-07 17:40:17Concordo com você Amaury. E assim vai o Brasil querendo o LADRÃO de volta. Eita povinho burro…
Marcia
2022-05-07 14:23:23atualmente o Brasil está em parte, dividido entre os vermelhos da foice e do martelo, e os das 'bandeirinhas verde-amarelas". Brasileiros honestos, inteligentes e íntegros não tem bandeira para levantar, apoiar e lutar neste momento.
Amaury G Feitosa
2022-05-06 15:55:47A onda vermelha esbarra no que realmente é ... um regime assassino pata idiotas sem nenhuma petspevtiva de vida ... lixo humano.