Gage Skidmore via Flickr

O “técnico” Tim Walz falou para seu time

22.08.24 11:34

Tim Walz (foto) aceitou, na noite da quarta-feira, 21, a nomeação do Partido Democrata para ser o vice de Kamala Harris — que fechará a convenção do partido, em Chicago, na noite de hoje. Walz, que é seis meses mais velho que a cabeça-de-chapa, era desconhecido mesmo dos americanos até duas semanas atrás.

Agora, a convenção democrata tratou de pintá-lo com as cores de um filme de Hollywood: ao palco, subiu um militar de carreira; um professor de escola pública que elevou a moral de um derrotado time de futebol americano até um inédito título estadual; e um homem que assumiu o primeiro cargo público no Congresso — e depois como governador do estado de Minnesota — porque “todos têm a responsabilidade para contribuir”.

Após apresentar suas credenciais em rede nacional, Walz encampou suas bases de campanha — consideradas mais à esquerda dentro do partido. Enquanto governador, disse, “fizemos tudo para que as crianças no nosso estado tivessem café da manhã e almoço todo dia. Então, enquanto outros estados estavam banindo livros das escolas deles, estávamos banindo a fome do nosso.”

O discurso foi recebido de maneira calorosa pelo partido— já com o ânimo renovado após a saída de Joe Biden da disputa — e pela mídia local, que enxergou em seu discurso uma “preleção” revivendo seus dias de técnico. Com a própria base democrata já convencida, a questão é como o discurso de Walz, mais progressista, será visto pelos eleitores indecisos e independentes, mais ao centro e a centro-direita do espectro.

Apesar de terem aparecido à frente da maior parte das pesquisas gerais nas últimas duas semanas, a campanha democrata de Harris e Walz sabe que a disputa, tal como em anos anteriores, será apertada e resolvida no detalhe. Mesmo figuras relevantes do partido, como os ex-presidentes Bill Clinton e Barack Obama (e também a ex-primeira-dama, Michelle Obama), cobraram o engajamento da base em convencer novos eleitores contra Donald Trump.

O discurso de Harris, nesta quinta-feira, será o principal da convenção — e deve focar suas forças em ataques a Donald Trump. O “técnico” Tim Walz terá a missão fácil de manter a plateia democrata energizada — e a missão mais difícil de convencer que é um nome palatável a eleitores de centro.

Leia mais em Crusoé: Quase ninguém se lembra mais de Joe Biden na convenção democrata

 

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