O que mudou na estratégia do Novo para conquistar 18 prefeituras
Partido passou a contratar profissionais nos diretórios estaduais e elevou o número de candidatos
O partido Novo obteve apenas quatro vereadores no Brasil em 2016. Quatro anos depois, foram 29 vereadores e um prefeito e um vice-prefeito. Nas eleições deste domingo, 6, o partido já conseguiu 18 prefeitos, 33 vice-prefeitos e 263 vereadores. A depender dos resultados do segundo turno, mais dois prefeitos podem se somar à lista.
Crusoé conversou com Eduardo Ribeiro (foto), presidente nacional do Novo, para entender o que levou à melhora.
O aumento no número de candidatos a prefeito eleitos pelo Novo reflete alguma mudança de estratégia?
Após as eleições de 2022, nós fizemos uma avaliação do que tinha dado certo e o que tinha dado errado, e mudamos nossa abordagem. Comparando com os outros partidos, nossos recursos e o nosso tempo de televisão são nada. Então, focamos mais na nossa marca, no sentimento de pertencer ao partido, no voluntarismo. Isso ajudou bastante, especialmente em cidades como Taubaté e Ribeirão Preto. Nós também começamos a usar recursos do fundo partidário e do fundo eleitoral para, minimamente, melhorar nossas condições. Com isso, foi possível profissionalizar as pessoas, contratando funcionários para os diretórios. Até então, as equipes eram formadas basicamente por voluntários.
Como foi o crescimento em relação às expectativas?
Nossa meta era conseguir 200 vereadores e doze prefeitos. Então fomos até melhor que isso.
O Novo conseguiu mais prefeitos porque lançou mais candidatos? Quantos eram há quatro anos?
Há quatro anos, foram trinta candidatos a prefeito. Para as eleições deste ano, foram 247. Em 2020, o partido tomou decisões equivocadas ao restringir a expansão para as cidades que gostariam de disputar, o que se mostrou muito prejudicial.
Uma das bandeiras históricas do Novo era não usar o fundo partidário e o eleitoral, por questão de princípios. Mas isso gerou debates internos, uma vez que prejudicava o partido. Essa posição também mudou?
Nós lutamos por quatro vezes para impedir o aumento do fundo eleitoral, mas não conseguimos. Então, nós identificamos que o Brasil está caminhando para ter eleições de financiamento público, unicamente. Foi preciso daí tomar uma decisão, porque se continuássemos não usando os fundos, a gente corria o risco de não conseguir mais financiar as nossas candidaturas. Essa mudança de posição já está pacificada dentro do Novo. Nós nem sequer sofremos críticas quanto a isso, porque não havia mais como lutar contra essa máquina de dinheiro público.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
Silvana
2024-10-07 16:31:21Desde a fundação tenho optado pelo Novo. Só devem estar atentos na seleção dos políticos da sigla. Não basta se dizer de direita, tem que barrar os associados com corrupção, senão aos poucos será só mais um.