O que Dias Toffoli quer esconder no caso do Banco Master?
Ministro do STF decretou sigilo nas investigações sobre Daniel Vorcaro
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli (foto) puxou para a Corte o inquérito sobre crimes financeiros envolvendo Daniel Vorcaro, dono do Banco Master.
A desculpa foi que Vorcaro teria mantido negócios com o deputado federal João Carlos Bacelar, que tem foro privilegiado e é do PL.
Toffoli ainda determinou um alto grau de sigilo na investigação, impedindo que a imprensa e políticos tenham acesso aos atos processuais.
O pretexto é "evitar vazamentos que obstaculizem as investigações".
Embora alegue suas razões, Toffoli pode estar sendo movido por motivos nada republicanos.
Patrocínio Master
Entre 2022 e 2024, o Banco Master financiou ao menos cinco eventos que contaram com membros da Corte.
Entre eles, Toffoli participou do Fórum Jurídico Brasil de Ideias, em Londres, em abril do ano passado.
O ministro esteve no painel "Riscos e benefícios da inteligência artificial para as eleições e a indústria do Brasil".
No encerramento, estavam ainda Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski e o presidente do Senado Davi Alcolumbre.
Toffoli não esclareceu quem custeou suas despesas com passagem e com hotel.
O Grupo Voto, que organizou o evento, afirmou ter bancado as despesas com passagens aéreas e hospedagem, mas não revelou os valores exatos e a lista completa de patrocinadores.
“Os valores não são de domínio público porque não há verba pública envolvida na realização. O Grupo Voto, empresa privada, se dá ao direito de manter seus patrocinadores em sigilo em respeito às cláusulas contratuais”, afirmou a organização.
Lewandowski, por sua vez, é um velho conhcido do Master.
Um ano antes do evento em Londres, o atual ministro da Justiça integrou o "comitê consultivo estratégico" do Master. Ele permaneceu no posto até abril de 2024.
Advogadas
A esposa de Toffoli, Roberta Rangel, foi sócia, entre 2021 e 2023, do escritório do advogado Walfrido Warde, contratado por Vorcaro para representar sua empresa no Supremo.
Toffoli deveria, no mínimo, declarar-se suspeito.
O Banco Master também contratou o escritório de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes.
É muita gente do STF ou próxima dessa Corte envolvida.
Com a decretação de sigilo, investigações sobre todas essas pessoas terão de passar por Dias Toffoli, e ficarão a salvo dos holofotes da imprensa.
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Comentários (1)
MARCOS
2025-12-05 13:58:12O AMIGO DO PAI AGINDO NAS SOMBRAS.