O piso e o teto de Jair Bolsonaro nestas eleições
O ex-presidente ajudou a carimbar a passagem de políticos para o segundo turno, mas abraçar-se demais a ele pode ser um problema
O segundo turno das eleições municipais deste domingo, 27, traz recados importantes para os que pretendem disputar as eleições presidenciais de 2026, como Ronaldo Caiado (União) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).
No eleitorado, Jair Bolsonaro (foto) tem um piso de cerca de 20% e um teto de 50%.
Candidatos que receberam o apoio do ex-presidente conseguiram garantir cerca de 20% dos votos. Com isso, muitos passaram para o segundo turno.
Outros que não conseguiram seguir para a fase seguinte ao menos mostraram um aumento nos últimos dias de campanha do primeiro turno. É o caso de Alexandre Ramagem, no Rio de Janeiro, que subiu até 30% dos votos nas vésperas da eleição.
Mas Jair Bolsonaro também tem uma alta rejeição em uma grande parte do Brasil.
Um candidato que se abrace demais ao ex-presidente pode ter problemas em passar da barreira dos 50%.
Isso porque eleitores de centro-direita, de centro e de esquerda podem se concentrar em nomes da oposição a Bolsonaro, influenciados pela rejeição ao ex-presidente.
Em Fortaleza, André Fernandes (PL) perdeu com 49,62%.
Em Belo Horizonte, Bruno Engler (PL) foi derrotado com 46,27%.
Capitão Alberto Neto (PL) ficou em segundo lugar em Manaus, com 45,41%.
Em Goiânia, Fred Rodrigues (PL) parou nos 44,47%. O ex-presidente chegou a ir pessoalmente para a capital de Goiás para dar seu apoio a Rodrigues, mas sem sucesso.
Delegado Eder Mauro perdeu em Belém com 43,64%.
Marcelo Queiroga, ex-ministro de Bolsonaro, ficou em segundo em João Pessoa, com 36,09%.
Exceção em Cuiabá
Um candidato que neste segundo turno da disputa municipal conseguiu se sair bem, mesmo adotando um tom mais bolsonarista, foi Abilio Brunini, em Cuiabá.
Brunini se saiu bem porque competiu com um candidato petista, Lúdio Cabral, em uma cidade do Centro-Oeste que é mais inclinada para a direita.
No segundo turno de 2022, Bolsonaro venceu na cidade com 61% contra 38% de Lula.
Eleição em 2026
Caso Caiado ou Tarcísio saiam como candidatos à Presidência daqui a dois, eles terão de entender que o apoio do presidente pode garantir uma votação mínima, mas que se colarem demais no ex-presidente, eles também podem acabar atraindo uma rejeição indesejável.
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Comentários (1)
MARCOS ANTONIO RAINHO GOMES DA COSTA
2024-10-28 12:09:46EU ERA SIMPÁTICO AO TARCISIO NA PRESIDÊNCIA DO BRASIOL MAS DESCOBRI QUE ELE NÃO APOIA OS DEFICIENTES FÍSICOS, PELO CONTRÁRIO, OS PREJUDICA. FORA TARCÍSIO. VIVA CAIADO.