Nomeação política para Tribunal de Contas do Acre alerta associações de combate à corrupção
O caso de uma nomeação política para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Acre que foi parar no Supremo Tribunal Federal é apontado por entidades representativas de auditores e procuradores de contas de todo o país e por associações de combate à corrupção como um perigoso precedente de “cooptação política de um órgão de...
O caso de uma nomeação política para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Acre que foi parar no Supremo Tribunal Federal é apontado por entidades representativas de auditores e procuradores de contas de todo o país e por associações de combate à corrupção como um perigoso precedente de “cooptação política de um órgão de controle”.
Em julho, o conselheiro José Augusto Araújo de Faria morreu em decorrência da Covid-19 e, pela Constituição, ele deveria obrigatoriamente ser substituído por um "conselheiro substituto", como são chamados os auditores de carreira que ocupam o cargo de integrante da corte de contas.
O governador do Acre, Gladson Cameli, entretanto, indicou seu secretário da Casa Civil, José Ribamar Trindade, nome chancelado pela Assembleia Legislativa do Acre. O argumento para justificar a nomeação política em detrimento da escolha técnica exigida pela Constituição foi o de que a auditora substituta do Tribunal Maria de Jesus Carvalho tem 65 anos. O caso foi parar no Tribunal de Justiça do Acre, que liberou a nomeação política e determinou a posse do aliado do governador no órgão de controle.
A corte de contas recorreu, então, ao Supremo e o presidente do STF, Luiz Fux, concedeu liminar para suspender a posse de Ribamar Trindade até o trânsito em julgado da ação que tramita no TJ do Acre.
A Constituição determina que os tribunais de contas estaduais devem ser compostos por sete conselheiros e, entre esses, quatro devem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo governador. Entre os nomes escolhidos pelo chefe do Executivo estadual, um é de livre escolha, um deve ser auditor (conselheiro substituto), e outro do Ministério Público de Contas. A vaga em litígio no Acre é reservada a auditores.
“A manutenção da proporção estabelecida pelo Constituinte quanto à formação e a forma de indicação das cortes de contas deflui do princípio de separação dos poderes”, argumentou Fux em sua decisão. “Admitir que mais de um integrante da corte de contas seja indicado por livre escolha do chefe do poder Executivo local poderia fragilizar estes destacados princípios republicanos”, acrescentou o presidente do Supremo.
As associações dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil; dos Ministros e Conselheiros-Substitutos dos Tribunais de Contas; dos Profissionais do Setor Terciário; do Ministério Público de Contas; além da Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas e do Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas fizeram uma nota de repúdio contra a nomeação política, que teve o apoio de entidades como o Instituto Não Aceito Corrupção, a Associação Contas Abertas e a Transparência Brasil.
O caso do Acre é acompanhado com preocupação porque pode se transformar em um perigoso precedente para a ampliação de nomeações políticas em órgãos de controle. Em várias unidades da Federação, há tentativas de reduzir o espaço de servidores concursados nas instâncias decisórias das cortes de contas.
No Distrito Federal, por exemplo, deputados distritais tentaram aprovar este ano uma proposta de emenda à Lei Orgânica para mudar a forma de escolha dos conselheiros e permitir que o Legislativo indique um nome para a vaga de conselheiro substituto.
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Comentários (10)
Sônia
2020-12-06 08:48:00A porteira aberta para corruptos e ladroes indicados pela quadrilha que tomou conta da política
Wanderlei
2020-12-06 08:05:18Político nomeando alguém para órgão de controle só pode ser falcatrua.
Jose
2020-12-06 02:24:17Podem procurar. O governador do Acre é bozista do PP com uma longa ficha corrida.
RENATO
2020-12-05 21:29:54Todo mundo tentando reeditar o método Sérgio Cabral de roubar. Coptar o TCE faz parte do script. Bando de canalhas vagabundos!
Sillvia2
2020-12-05 21:28:40O aparelhamento e as intimidações são as formas de os poderosos, canalhas e corruptos, garantirem a permanência da impunidade, para eles próprios e os seus próximos...
O Voto Salva
2020-12-05 20:31:11Absurdo isso, nomeacao politica, vindo de politicos enrolados pela justica, e o cara vai la e coloca um amiguinho no TCU orgao fiscalizador...KKKK... mais uma raposa para cuidar do galinheiro, Brasil o pais da impunidade geral e irrestrita. 2022 vamos trazer a Lava Jato de volta e mais forte, a bandidagem politica vai chorar na cadeia. Acabar com indiacoes politicas em qualquer nivel da justica. Fim do foro privilegiado, ministro do STF com duracao maxima de 10 anos. Chega de orcrims !!!
Humberto
2020-12-05 19:48:55Gilmar aprova.
Antônio
2020-12-05 19:33:38Cara bom é o probo governador do Pará, Hélder Barbalho. Botou foi a tia na presidência do tribunal de contas do Pará. A imprensona deu aquela ajudinha não publicando o sobrenome Barbalho da conselheira. Globo e Bandeirantes dando todo apoio. É mole ou quer mais?
Astor
2020-12-05 19:10:29De norte a sul, os políticos tentam aparelhar os órgãos de controle, para no médio prazo, alcancem seus objetivos
Maria
2020-12-05 18:52:20É a cachorrada dos políticos corruptos querendo se apoderar das Instituições brasileiras. Mas enquanto tiver uma pessoa decente neste País, a luta continua. Nojo desses políticos 🤮🤮🤮🤮 MORO 2022