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O momento Lyndon Johnson de Joe Biden

Na política americana, é supreendente que um presidente em exercício não consiga a reeleição nas urnas. Mais raro ainda é um presidente nem tentar um segundo mandato. Por causa disso, a desistência de Joe Biden neste domingo, 21, é muito fora da curva. Em geral, os presidentes contam com múltiplas vantagens para tentar um segundo...

Crusoé
3 minutos de leitura 21.07.2024 16:45 comentários 1
Lyndon jhonson Joe Biden

Na política americana, é supreendente que um presidente em exercício não consiga a reeleição nas urnas. Mais raro ainda é um presidente nem tentar um segundo mandato.

Por causa disso, a desistência de Joe Biden neste domingo, 21, é muito fora da curva.

Em geral, os presidentes contam com múltiplas vantagens para tentar um segundo mandato: eles já são conhecidos nacionalmente, podem realizar políticas com fins eleitorais e contam com o apoio do partido.

Mas exceções acontecem.

Casos recentes de presidentes de um único mandato foram os do republicano George H.W. Bush (que governou de 1989 a 1993), do democrata Jimmy Carter (1977 a 1981) e do republicano Donald Trump (2016 a 2020).

Desistir de tentar a reeleição é ainda mais raro..

O último caso foi com o democrata Lyndon Jhonson (foto), em 1968 — há quase seis décadas.

Um ano antes, Johnson teve problemas de saúde, como pedras na vesícula e nos rins. Também contraiu infecções respiratórias e problemas cardíacos.

Mas o que mais contribuiu para sua desistência foi a Ofensiva Tet, durante a Guerra do Vietnã.

Em fevereiro de 1968, tropas do Vietnã do Norte e guerrilhas comunistas atacaram o Vietnã do Sul, que contava com apoio americano.

A Embaixada dos Estados Unidos em Saigon ficou sob controle dos inimigos, até ser liberada mais tarde.

A Ofensiva Tet causou enorme comoção dentro dos Estados Unidos, porque a população passou a ver a guerra como algo sem sentido.

Então, sem aviso, Jhonson convocou um discurso em cadeia de televisão.

Apenas alguns familiares e assessores foram comunicados sobre o que ele faria.

Jhonson preparou dois discursos. Um trazia a frase falando da sua desistência. O outro não. Escolheu o documento para ler minutos antes de começar a gravar.

Ao vivo, na televisão, ele afirmou:

"Eu não acredito que eu deva dedicar uma hora ou um dia do meu tempo em qualquer causa pessoal partidária ou a qualquer outra tarefa além dos deveres incríveis do meu cargo: a presidência deste país", disse ele.

"Sendo assim, eu não vou tentar a reeleição, e não aceitarei, a indicação do meu partido para outro mandato como presidente", afirmou.

A dizer que se dedicaria ao cargo, e não a questões pessoais ou partidárias, Jhonson teve um aumento em sua aprovação.

Antes do discurso, ele tinha uma desaprovação de 57%. Depois, passou a ter uma aprovação de 57%.

O placar se inverteu.

Assim como Lyndon Jhonson, Biden manteve sua decisão secreta para muita gente. Funcionários da Casa Branca afirmaram neste domingo que só tomaram conhecimento da decisão do chefe pelas redes sociais.

Agora, é possível que Biden tenha uma melhora em sua aprovação como presidente a partir de agora, assim como ocorreu em 1968.

 

Leia em Crusoé: Os dois outros recados importantes de Joe Biden em sua carta de desistência


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Comentários (1)

KEDMA

2024-07-22 09:38:45

O atual presidente aqui no Brasil poderia ter a mesma conduta.


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