O mapa de Milei de que o IBGE não vai gostar
Ilustração divide a região entre países futuristas, comandados por governantes de direita, e países favelizados, chefiados por líderes de esquerda
Ao celebrar a eleição de José Antonio Kast no Chile, o presidente da Argentina, Javier Milei, compartilhou nos stories de sua conta no Instagram um mapa da América do Sul que não vai agradar ao IBGE de Márcio Pochmann.
A ilustração divide a região entre países futuristas, comandados por governantes de direita, e países favelizados, chefiados por líderes de esquerda (foto).
O Brasil, de Lula e do PT, ficou na parte subdesenvolvida da representação.
"O povo sul-americano grita liberdade. Basta de socialismo empobrecedor", escreveram apoiadores de Milei no post original.
Milei publicou diversos posts desde a noite de domingo, 14, para celebrar a eleição do aliado, alguns deles com um mapa da América do Sul com países pintados de vermelho e de azul, para indicar que "a esquerda retrocede, a liberdade avança".
Entre os países pintados de azul estão Peru e Bolívia, além de Argentina, Chile e Paraguai. Entre os vermelhos estão Brasil, Uruguai e Venezuela.
Leia mais: Milei exalta Kast: "A esquerda retrocede, a liberdade avança"
Os mapas de Pochmann
O petista Márcio Pochmann tem usado o IBGE, órgão que chefia, para colocar o Brasil de Lula no centro do mundo.
Em novembro, ele inverteu o mapa-múndi para colocar a cidade de Belém, sede da COP30, em destaque.
"Belém, o Pará e o Brasil estāo no centro do mundo com a COP 30! Para marcar este mês, em que o compromisso de construir uma transição ecológica justa e sustentável ganha destaque, o IBGE preparou um Mapa-múndi invertido especial. Ele traz uma nova perspectiva do planeta, colocando o Pará e Belém no centro, a capital simbólica do Brasil durante a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima", afirmou o instituto nas redes sociais.
Quando Pochmann inverteu o mapa-múndi pela primeira vez, técnicos do instituto divulgaram um "Manifesto pela Integridade Técnica do IBGE".
Mesmo sendo favoráveis ao presidente Lula, eles repudiaram a publicação.
"Trata-se de uma iniciativa que, em vez de informar, distorce; em vez de representar a realidade com rigor, cria uma encenação simbólica que compromete a credibilidade construída pelo IBGE ao longo de décadas de trabalho sério, imparcial e respeitado globalmente.
O que se vende como símbolo de autoestima nacional esconde um paradoxo desconfortável. O Brasil ainda enfrenta graves mazelas sociais: desigualdade estrutural, carências educacionais, insegurança, informalidade, perda de competitividade.
(...) Mas não se combate a realidade com ilusões gráficas. Colocar o Brasil no centro do mapa não resolve nada — e pode, inclusive, enfraquecer a seriedade de um projeto nacional que justamente busca enfrentar, e não ocultar, os desafios que temos pela frente."
Leia também: A periférica ideia de Pochmann para pôr o Brasil no mapa
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Comentários (1)
MARCOS
2025-12-16 11:26:23EXATAMENTE ISSO. SEM PALAVRAS.