O louco, seu cachorro e o poste: o Panamá vai às urnas
O Panamá vai às urnas neste domingo escolher seu novo presidente, em sucessão a Laurentino Cortizo, eleito em 2019. Em um sentimento de saudosismo, os 4.4 milhões de panamenhos devem eleger a plataforma do ex-presidente Ricardo Martinelli (foto) para comandar o país. Apelidado de "El Loco" (O Louco), Martinelli governou o país entre 2009 e...
O Panamá vai às urnas neste domingo escolher seu novo presidente, em sucessão a Laurentino Cortizo, eleito em 2019. Em um sentimento de saudosismo, os 4.4 milhões de panamenhos devem eleger a plataforma do ex-presidente Ricardo Martinelli (foto) para comandar o país.
Apelidado de "El Loco" (O Louco), Martinelli governou o país entre 2009 e 2014, período em que a economia panamenha vivenciou um crescimento econômico que os panamenhos não tem visto recentemente.
Acontece que Martinelli não poderá concorrer na eleição deste ano. Ele, que já foi preso nos Estados acusado de espionagem, tenta reverter uma condenação de 11 anos por lavagem de dinheiro. No início de fevereiro, a menos de três meses da eleição, ele pediu asilo na embaixada da Nicarágua na Cidade do Panamá — e o ditador nicaraguense, Daniel Ortega, o recebe em suas dependências desde então.
Sem poder fazer campanha, Martinelli está se valendo de Bruno — seu cachorro da raça Yorkshire. Parte de uma plataforma voltada para cuidados animais (que envolveria a promessa de campanha de construir o primeiro hospital veterinário público do país), Bruno tem um perfil alimentado pela equipe de Ricardo.
https://twitter.com/soybrunooficial/status/1765000574397747256
Mas Bruno, muito provavelmente por ser um cachorro, não é a principal escolha de "El Loco" Martinelli para concorrer em seu lugar. A responsabilidade caiu sobre José Raul Molino. Um ministro da sua primeira passagem de Martinelli como presidente, Molino estava escalado para ser o vice, mas com a impossibilidade do presidente concorrer, ele foi alçado à posição. Até o slogan de sua campanha leva seu nome abaixo do ex-presidente, em uma estratégia que foi vista no Brasil em 2018.
E parece que o plano dará muito certo. O governo não conseguiu um candidato a altura, e se viu afetado por escândalos de corrupção e por baixos níveis no canal do Panamá, uma das principais fontes de renda do país. E a candidatura de Molino, autorizada apenas na sexta-feira de manhã pela justiça do país, tinha 37% de intenções de voto, ante 16.4% do ex-presidente Martín Torrijos.
A eleição no Panamá ocorre em turno único. Uma vitória de Molino, nesse domingo, poderá representar o fim dos dias de asilo de Martinelli na embaixada da Nicarágua — e um respiro para Bruno, o seu marqueteiro político de quatro patas.
A semana em Crusoé: Kitara Ravache, a drag queen de George Santos, está de volta
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
Amaury G Feitosa
2024-05-06 17:47:34Repetirão o ocorrido no Brasil?