O "lapso" de Sóstenes sobre R$ 400 mil
Montante, em dinheiro vivo, foi encontrado pela PF em um flat do líder do PL na Câmara dos Deputados
Alvo da Operação Galho Fraco nesta sexta-feira, 19, o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), alegou que não depositou os 400 mil reais encontrados pela Polícia Federal, em dinheiro vivo, por um "lapso".
"Com essa correria de trabalho, eu acabei não fazendo o depósito, mas eu faria, inclusive, parte dele penso em fazer outros negócios, acabei não fazendo o depósito. Foi simplesmente o lapso. Ninguém pega o dinheiro ilícito e bota em casa. Eu guardei dentro do guarda-roupa. Eu peguei o dinheiro, recebi e coloquei ali, simples isso. Estava no meu flat em Brasília", disse o parlamentar em entrevista a jornalistas.
Segundo Sóstenes, o dinheiro é fruto da venda de um imóvel.
"Eu vendi um imóvel e recebi, dinheiro lacrado, tudo normal. É uma venda de um imóvel que estará, já está o imóvel declarado no meu Imposto de Renda, tudo, não tem nada de ilegalidade quanto a isso", afirmou.
Questionado sobre quando fez a venda do imóvel, o líder do PL respondeu: "Foi esses dias, na semana passada foi feita esse negócio da venda do meu imóvel".
A decisão de Flávio Dino
Na decisão em que determinou busca e apreensão contra Sóstenes e Jordy, cumprida hoje pela PF, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, disse haver"indícios robustos" de que Sóstenes e Jordy teriam desviado recursos da cota parlamentar por intermédio de servidores comissionados, usando empresas.
Segundo o ministro, a investigação da PF apontou possível prática de lavagem de dinheiro, conhecida por “smurfing”, mediante o fracionamento de saques e depósitos em quantias não superiores ao valor de 9,999 mil reais; indícios de utilização de cota parlamentar para pagamento de despesas inexistentes ou irregulares; trechos de conversas de WhatsApp que sugerem pagamento “por fora” por parte dos investigados; indícios de utilização de empresas de fachadas para a prestação de serviços que foram pagos com cota parlamentar; e elevadas movimentações financeiras, de vários investigados, possivelmente ligados aos dois deputados federais, sem identificação da origem dos recursos.
Além disso, elementos indiciários de que os deputados teriam desviado recursos da cota por intermédio dos servidores comissionados Adailton Oliveira dos Santos e Itamar de Souza Santana, utilizando, para sucesso da empreitada, empresas como a Harue Locação de Veículos LTDA ME e a Amazon Serviços e Construções LTDA.
“O pedido da Polícia Federal [de buscas e medidas cautelares], amparado em Relatórios de Inteligência Financeira e nas diversas conversas extraídas de celulares dos investigados, revela a existência de indícios robustos, bem como demonstra a imprescindibilidade das medidas requeridas para continuidade da investigação”, pontuou o ministro.
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