O dilema de Bolsonaro: para ter ministro com respaldo da comunidade médica, será preciso ajustar discurso
Um dos desafios do presidente Jair Bolsonaro na escolha do novo ministro da Saúde será ajustar seu discurso político sem deixar transparecer um recuo na defesa que vem fazendo do isolamento vertical. Para técnicos da pasta, o chefe do Planalto não conseguirá contratar um auxiliar que tenha forte respaldo da comunidade médica e, ao mesmo...
Um dos desafios do presidente Jair Bolsonaro na escolha do novo ministro da Saúde será ajustar seu discurso político sem deixar transparecer um recuo na defesa que vem fazendo do isolamento vertical. Para técnicos da pasta, o chefe do Planalto não conseguirá contratar um auxiliar que tenha forte respaldo da comunidade médica e, ao mesmo tempo, defenda um retorno imediato das atividades no país.
A saída será unificar a defesa de uma retomada progressiva do funcionamento de estabelecimentos, com a definição de cronogramas e de critérios para decretar o fim do isolamento em estados ou municípios menos afetados ou com a curva de infecções mais achatada.
Em tratativas com candidatos, que começaram nesta semana, Bolsonaro e ministros palacianos buscam um nome que tope endossar ao menos um planejamento para a volta das atividades econômicas. Um dos poucos alinhados com o discurso radical contra o isolamento horizontal, o deputado federal Osmar Terra, do MDB, perdeu força.
Extremamente suscetível às pressões da internet, Bolsonaro percebeu que o afastamento social tem forte apoio até entre seus eleitores e que, para não derreter politicamente, ele terá que dar pelo menos alguns passos rumo ao caminho do meio.
O futuro ministro vai precisar de diplomacia para seguir critérios técnicos, sem contrariar o posicionamento político de Bolsonaro. E o presidente, por sua vez, terá que amenizar a guerra contra o isolamento social para conseguir trazer um quadro respeitável para o comando da pasta.
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