O bolsonarismo e o petismo são um fascismo tropical
Hoje, ao ser indagado sobre o assassinato do tesoureiro petista em Foz do Iguaçu por um militante bolsonarista, ocorrido na noite de sábado, o presidente da República respondeu: "Quando o Adélio me esfaqueou, ninguém falou que ele era filiado ao PSOL. Agora, o que eu tenho a ver com esse episódio? Eu sou contra qualquer ato...

Hoje, ao ser indagado sobre o assassinato do tesoureiro petista em Foz do Iguaçu por um militante bolsonarista, ocorrido na noite de sábado, o presidente da República respondeu:
"Quando o Adélio me esfaqueou, ninguém falou que ele era filiado ao PSOL. Agora, o que eu tenho a ver com esse episódio? Eu sou contra qualquer ato de violência. Eu já sofri disso na pele. A gente espera que não aconteça, obviamente. Está polarizada, a questão. O histórico de violência não é do [meu] lado. É do lado de lá. Eles querem me criminalizar o tempo todo. Tentando bater na mesma tecla, como se eu fosse responsável pelo ódio no Brasil. Pelo amor de Deus. Só falta daqui a pouco ter briga de torcida e me criminalizar também."
No sábado à tarde, porém, na Marcha para Jesus, em São Paulo, Jair Bolsonaro disse que havia uma "guerra do bem contra o mal" no Brasil, ao referir-se às eleições de outubro . Não é uma forma civilizada de abordar disputas políticas, mas o tipo de discurso que visa a fomentar o ódio. Enquanto isso, durante um comício em Diadema, Lula agradeceu ao ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT, que partiu para cima de um manifestante que xingava o chefão petista na porta do Instituto Lula, em 2018. O manifestante foi empurrado contra um caminhão, sofreu traumatismo craniano e Maninho do PT acabou preso por tentativa de homicídio. Passou sete meses em cana. Disse Lula, outro ex-presidiário: "Esse companheiro Maninho, por me defender, ficou preso sete meses, porque resolveu não permitir que um cara ficasse me xingando na porta do Instituto (Lula). Então, Maninho, eu quero agradecer, porque foi o Maninho e o filho dele que estiveram nessa luta. Essa dívida que eu tenho com você, jamais a gente pode pagar em dinheiro. A gente pode pagar em solidariedade e companheirismo". Ou seja, Lula chancelou uma agressão física contra um adversário político, fazendo o elogio do agressor.
O discurso de ódio nasceu sob o petismo, com o "nós contra eles", cresceu sob o bolsonarismo, com a sua visão ideológica que remonta aos tempos da Guerra Fria. Ambos rebaixam a linguagem política. Ambos demonizam os adversários. Ambos perseguem a imprensa independente. Ambos querem a aniquilação física de quem lhes é contrário (lembro-me de petistas comemorando o atentado contra Jair Bolsonaro). Ambos sabotam a democracia. Ambos flertam com autoritarismos. Como eu disse no Twitter, a tragédia brasileira vem de cima.
O bolsonarismo e o petismo são um fascismo tropical.
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Comentários (10)
Antonio
2022-07-15 20:15:18Preciso como Sempre.
Jcláudio
2022-07-13 19:29:41São carne e unha.!!! Ambos tem o mesmo discurso de apologia criminosa. Se completam até na forma de assaltar os cofres públicos, cada um de seu jeito.
Jcláudio
2022-07-13 19:27:24São carne e unha. !! Um é a cópia do outro em apologias criminosas. Os dois assaltam os cofre públicos na maior cara dura e de formas diferentes.
Márcio Luiz Quaranta
2022-07-12 21:58:34Parabéns,Mário. Acertou na mosca.
IAS
2022-07-12 21:28:25🎇 🎆 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼🎇🎆💯💯💯💯👌🏼
Maria Ceci Ramos do Vale
2022-07-12 17:53:18Perfeito, Mário. É isso mesmo. Nenhum dos dois presta.
Otavia
2022-07-12 16:33:11Artigo perfeito! Ah, se toda a mídia tivesse uma visão clara, imparcial e inteligente como a do Mario Sabino!
claide reis rocha
2022-07-12 14:25:15Fascistas bandidos criminosos ...todos...nunca vivemos um ajuntamento de políticos tão danosos...vocês nos humilham..nos envergonham..e enquanto vocês usam e abusam de nosso dinheiro..o brasileiro PASSA FOME.
Sônia Adonis Fioravanti
2022-07-12 13:50:39Sao o fim de um país
Branda
2022-07-12 13:32:16Queria saber se alguém seria capaz, se é possível acabar com essa polarização.