O barraco que rachou a oposição pró-China em Taiwan
A ilha de Taiwan se prepara para, em 13 de janeiro do no que vem, eleger seu novo presidente. O que parecia ser uma eleição sem muitas emoções, com o favoritismo de um candidato pró-independência da ilha perante a China continental, acabou mudando durante todo o mês de novembro — quando a oposição, mais propensa...
A ilha de Taiwan se prepara para, em 13 de janeiro do no que vem, eleger seu novo presidente. O que parecia ser uma eleição sem muitas emoções, com o favoritismo de um candidato pró-independência da ilha perante a China continental, acabou mudando durante todo o mês de novembro — quando a oposição, mais propensa a uma aliança com Pequim, ensaiou uma "frente ampla" contra o nome do governo, o hoje vice-presidente William Lai.
Esta aliança da oposição, no entanto, naufragou na semana passada, durante um debate público filmado e transmitido em rede nacional.
O encontro foi organizado em um hotel pelo bilionário dono da fabricante de eletrônicos Foxconn, Terry Gou — que é, ele próprio, um candidato independente na eleição. O objetivo da conversa era justamente apontar qual dos dois candidatos de oposição deveria ser o escolhido pela frente ampla. Juntos, eles poderiam tirar o Partido Democrático Progressista (DPP) do poder.
Com acusações mútuas de má-fé emergindo dos dois lados, o líder do partido Kuomitang, Hou Yu-Ih, chegou a ler uma mensagem de texto enviada pelo seu rival, o candidato do Partido Popular de Taiwan, Ko Wen-Je, que dizia que Terry Gou (o moderador do debate) precisava "achar uma razão" para largar a campanha.
O debate acabou com os membros do Kuomitang se levantando e indo embora da discussão, em frente a toda a imprensa. A cena, digna de um reality show, cimentou a cisão da oposição, que devem concorrer separados em janeiro.
Quem gostou mesmo foi o governo, que aproveitou da situação: William Lai, o concorrente do DPP, correu para perguntar: "deveríamos ousar entregar o negócio de controlar este país a estas pessoas?"
O DPP está no poder desde 2016, com dois mandatos da presidente Tsai Ing-Wen. Nesse período, as relações entre a ilha e Washington melhoraram, enquanto as conversas com Pequim (que considera o governo de Taipei ilegítimo e o DPP como um grupo "pró-independência") se degradaram a ponto de analistas indicarem uma possível incursão terrestre a Taiwan no futuro.
Com o atual vice-presidente garantindo a continuidade do plano de governo, um terceiro ciclo de quatro anos deve esquentar ainda mais as irritações com a China continental.
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Comentários (1)
Francisco fontenele tahim
2023-11-28 15:50:45Primeira consideração. Ali não e um pais, uma provincia chinesa. Muito paciente o governo chines. Eu ja teria posto a casa em ordem. Tem vergonha EUA, para de se meter no quintal alheio. Vcs ainda vão se fuder.