O alerta da União Europeia sobre a "eleição" na Venezuela
O alto representante da União Europeia para Assuntos Estrangeiros, Josep Borrell, subiu novamente o tom contra a tentativa do ditador venezuelano Nicolás Maduro em se declarar vencedor de uma "eleição", realizada no final de julho, onde os resultados não podem ser verificados. A fala foi feita nesta segunda-feira, 19, no norte da Espanha, e reflete...
O alto representante da União Europeia para Assuntos Estrangeiros, Josep Borrell, subiu novamente o tom contra a tentativa do ditador venezuelano Nicolás Maduro em se declarar vencedor de uma "eleição", realizada no final de julho, onde os resultados não podem ser verificados. A fala foi feita nesta segunda-feira, 19, no norte da Espanha, e reflete o consenso de que a oposição foi a real vencedora do pleito, sabotado em diversas maneiras pelo governo de Maduro.
"Se Maduro insiste em dizer que ganhou e não quer entender que, para a comunidade internacional, sem verificação não há anunciação de resultados, a Venezuela pode entrar em uma grave crise", disse Borrell, durante uma fala em uma universidade. "Estamos todos tentando evitar que isso ocorra."
Borrell, que já foi atacado por Maduro, entende que as atas eleitorais mostrariam, de fato, uma vitória da oposição liderada por Edmundo González-Urrutia que teria vencido com ampla maioria dos votos. "Já deveria ter feito, tempo teve", continuou o diplomata, uma espécie de chanceler do bloco.
Neste domingo, manifestações ao redor do mundo levaram milhares às ruas e pressionaram a ditadura de Maduro a apresentar os dados individualizados das eleições. Líder da oposição que denuncia a fraude, María Corina Machado defendeu a liberdade ante a repressão do governo ditatorial de Caracas.
“Demonstramos que a Venezuela está unida como nação. (…) Não há distância, nem tempo que possa nos separar. Demonstramos que a liberdade da Venezuela é uma causa global. Cidadãos de todo o mundo assumiram a importância da nossa luta e nos acompanharão até o fim”, escreveu ela em seu X. Foram registradas manifestações no Canadá, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, México, Panamá, Paraguai e Peru.
Com isso, cresce a pressão também para que Corina Machado seja reconhecida internacionalmente pela sua luta contra a ditadura. Ela foi postulada para o Premio Nobel da Paz de 2025, por universidades da Flórida com poder de indicação ao prêmio. O anúncio veio em em evento organizado pelo Museu Americano da Diáspora Cubana em Miami.
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Comentários (2)
Amaury G Feitosa
2024-08-20 09:09:39Os países civilizados e democráticos podem e devem apoiar a oposição massacrada pois ditaduras são grave ameaça ao mundo MAS é o povo venezuelano que tem de se libertar é o que diz o princípio de autodeterminação dos povos, assim ou tem coragem de derrubar o monstro ou morrem à míngua.
Marcia Elizabeth Brunetti
2024-08-19 16:33:08Sinto muito Lule, mas perdeu sua chance de ser Prêmio Nobel da Paz. Você só entrará para a história como apoiador de ditadores. Fato nada louvável para ninguém em sã consciência.