Nova regra para uso de voos da FAB não reduziu média de 'caronas'
No dia 6 de março, o governo endureceu as regras para o uso de aviões da Força Aérea Brasileira por autoridades. Um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro passou a exigir a comprovação, o registro e a divulgação dos motivos dos deslocamentos. As mudanças das normas, no entanto, não foram capazes de reduzir o número...
No dia 6 de março, o governo endureceu as regras para o uso de aviões da Força Aérea Brasileira por autoridades. Um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro passou a exigir a comprovação, o registro e a divulgação dos motivos dos deslocamentos. As mudanças das normas, no entanto, não foram capazes de reduzir o número dos chamados "caronas" transportados nas aeronaves oficiais.
De março para cá, cada voo solicitado por autoridade levou, em média, quase onze "caronas". Em fevereiro, antes da assinatura do decreto, a média era de doze pessoas transportadas "a mais" por ministros, pelos chefes dos Três Poderes e por comandantes das Forças Armadas, que são as autoridades que detêm autorização para utilizar a frota. Ou seja: mesmo depois do decreto de Bolsonaro, o panorama pouco mudou.
Apesar da pandemia, os números de voos em aeronaves da FAB permaneceram em um patamar alto entre março e julho. No mês passado, a Aeronáutica registrou 66 voos solicitados pelas autoridades por razões de "serviço" ou "segurança". Nesses trajetos, foram transportados 743 passageiros. Em fevereiro, antes do decreto baixado pelo governo e da disseminação do novo coronavírus pelo país afora, as aeronaves da FAB haviam decolado 86 vezes, levando, ao todo, 1.052 passageiros.
Os voos que costumam sair mais cheios de Brasília são os solicitados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em direção ao Amapá, seu estado natal. Em vários dos trajetos, ele chegou a transportar 20 pessoas. Já quem mais viaja sozinho em aeronaves da FAB é o presidente do Supremo, Dias Toffoli, em boa parte das vezes tendo como destino ou ponto de partida o Rio de Janeiro. O ministro da Economia, Paulo Guedes, por sua vez, solicitou os aviões oficiais duas vezes entre março e julho por motivos de “emergência médica”, em março. No total, Guedes levou apenas três caronas -- um no primeiro deslocamento e dois no outro.
A Aeronáutica é a responsável por coordenar e programar os voos. Pelas regras, as assessorias das autoridades que usarão as aeronaves devem informar a relação completa de todos os passageiros com antecedência mínima de 24 horas. A norma não autoriza expressamente o embarque de pessoas sem cargo ou função pública, mas o sinal verde para os "caronas" voarem junto com as autoridades que os convidam pode ser dado pelo Ministério da Defesa.
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Comentários (7)
Heraldo
2020-08-15 17:06:24Temos que trocar de fraldas e de políticos pelos mesmos motivos.
ALFREDO
2020-08-15 16:07:46Farra que tem que acabar . Escarnio. Que viajem de avião comercial.
José
2020-08-15 14:58:34Centrão todo para levar?!
João
2020-08-15 14:29:21Não sou contra uma carona em um vôo que já está destinado a determinado lugar porém sou totalmente contra esse uso indiscriminado, penso que o material de uso público somente seja para ocasiões oficiais e sem essa de uso casa trabalho ou lazer.
Nisk
2020-08-15 12:13:07Um povo xeio de mazelas antes de se elegerem, após ... as “mamatas” não são para os outros. Constituição xeia de penduricalhos e safadezas, aprendemos no passado qdo nos conheceram ( descobriram) ??? Pq não somos sérios e dignos em poder ( Poder ??? Só no voto ) sermos menos gananciosos.
VARLICE
2020-08-15 11:32:22Hay que endurecer, sin perder la ternura jamás.
Odete6
2020-08-15 10:13:43Claro, com certeza as exceções, transmutaram-se "milagrosamente" em regras!...."Jeitinho", "jeitinho".......