Nova capital do Egito vai dobrar de tamanho, mesmo não estando pronta

O governo do Egito anunciou que deve dobrar o tamanho da “Nova Capital Administrativa”, um projeto que há nove anos constrói uma nova sede do poder do país a 45 quilômetros da cidade do Cairo. Um projeto capitaneado pelo presidente Abdel Fatah El-Sisi, a megacidade está em construção há nove anos, mas ainda não se tornou de fato a capital do país.

Segundo informações da Reuters, o local deve começar a receber as primeiras empresas e bancos neste ano, o que deve aumentar a população local (atualmente pouco mais de mil famílias já se mudaram para a cidade, cerca de 1% das unidades habitacionais já entregues). Ao menos 14 ministérios do país já operam no local desde o ano passado.

A nova cidade tem setores próprios para habitação, empresas (onde está o prédio mais alto da África) e  de diversões (com o segundo maior estádio do continente. Os prédios que mais chamam a atenção, no entanto, são mesmo as instalações militares: o Ministério da Defesa do país já despacha a partir do “Octágono”, um conjunto de oito prédios que ocupa uma área quase oito vezes maior que o Pentágono nos Estados Unidos.

Porém o projeto da nova capital deve custar cerca de 58 bilhões de dólares (282 bilhões de reais, no câmbio atual), um valor muito que pode preocupar para a economia do Egito. O projeto de El-Sisi, incontestável no poder do país há uma década, corre o risco de enfiar o país em uma espiral de dívida, como aconteceu com o Brasil na construção de Brasília nos anos 60.

A cidade “faraônica” egípcia não é a única “nova capital” em obras neste ano: em agosto, a Indonésia deve mudar a sede dos seus poderes de Jacarta, a histórica capital na ilha de Java, para a nova Nusantara, construída na ilha de Bornéu. A razão da mudança na nação do sudeste asiática tem bases mais concretas, já que Jacarta está afundando.