No Ceará, presidente da Assembleia sai do PDT e vai para o PT

Evandro Leitão (foto), o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), se filiou ao PT, após uma repentina saída do PDT. A mudança de partido, ainda dentro do campo da esquerda, é mais um capítulo da agonia do PDT no Ceará (um dos principais bastões do partido) e da crise envolvendo os irmãos Cid e Ciro Gomes.

Leitão definiu sua filiação como “uma das mais importantes decisões da minha vida pública”, mas um passo esperado.

“Na minha trajetória política sempre estive muito próximo do PT, fazendo parte de um mesmo projeto no Ceará, tendo, inclusive, sido líder do Governo Camilo na Assembleia Legislativa”, disse, lembrando do seu papel junto ao hoje ministro da Educação, Camilo Santana. “Mais que respeito e admiração pelo PT, comungo dos mesmos ideais, da luta pela democracia e por mais justiça social.”

Ele deixou o partido em agosto, alegando perseguição política e falta de apoio interno da legenda. O TSE autorizou que ele trocasse de partido sem perder o mandato de deputado estadual, uma vez que haveria o consentimento do PDT para que isso ocorresse.

A migração deve influenciar no jogo pela prefeitura de Fortaleza, no ano que vem. leitão pode se lançar como o quarto nome a disputar internamente a candidatura pelo PT, contra Luizianne Lins, Guilherme Sampaio e Larissa Gaspar. O partido já definiu que esta será uma decisão consensual, mas que só ocorrerá em 2024.

O nome do atual prefeito  José Sarto Nogueira (PDT) perde força, à medida que o próprio PDT segue em convulsão interna e sua popularidade nunca foi das melhores. Pela direita, o nome mais popular é do ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil).

O próprio presidente estadual do PDT, o senador Cid Gomes está de saída do partido, após o fim de um imbróglio judicial que desgastou as relações do partido de maneira irreversível. Ele ainda não indica para onde vai — em entrevista ao jornal Diário do Nordeste, ele disse que a decisão será tomada nesta semana, mas que, quando concluída, levará 40 parlamentares junto, dilapidando o principal pilar estadual do partido.