New York Times cita censura a Crusoé
"Quando a revista trouxe evidências mostrando que a reportagem estava correta, ele permitiu que o artigo voltasse ao ar", diz jornal
Uma reportagem publicada nesta quarta, 16, no jornal americano New York Times, cita a censura a revista Crusoé (foto).
O texto é de autoria de Jack Nicas, o chefe da redação do jornal no Rio de Janeiro.
A reportagem fala da criação do inquérito das fake news, em março de 2019, pelo ministro do STF Dias Toffoli.
"Em uma decisão de uma página, ele (Toffoli) disse que o tribunal investigaria 'notícias fraudulentas, denunciações caluniosas, ameaças e infrações revestidas de ânimos caluniantes, difamantes e injuriantes' que 'atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares'”, diz o jornal.
"Como justificativa legal, o ministro Toffoli usou uma linha nas regras do tribunal dizendo que ele poderia investigar crimes cometidos contra juízes 'na sede ou nas dependências do Supremo Tribunal'. Ele decidiu que isso estava desatualizado", segue o texto.
O New York Times então cita uma entrevista recente de Toffoli dizendo que "o mundo hoje é digital" e que “qualquer ataque em qualquer lugar à instituição é um ataque ao Supremo Tribunal Federal”.
Foi dessa "atualização", segundo o jornal, que foi criado o inquérito do fim do mundo, que poderia atingir qualquer um.
"De repente, o Supremo Tribunal poderia investigar praticamente qualquer crítica a ele em qualquer lugar", diz o jornal.
O texto então fala da censura a Crusoé: "Em uma de suas primeiras ações no comando do inquérito, o ministro (Alexandre de) Moraes ordenou que uma revista, Crusoé, retirasse um artigo online que vinculava o ministro Toffoli a um esquema de corrupção. O ministro Moraes chamou de 'notícias falsas'. Quando a revista posteriormente trouxe evidências mostrando que a reportagem estava correta, ele permitiu que o artigo voltasse ao ar".
O amigo do amigo de meu pai
A reportagem de capa da Crusoé "O amigo do amigo de meu pai" foi publicada com base em um documento que constava dos autos da Operação Lava Jato.
Nele, o empreiteiro Marcelo Odebrecht respondia a um pedido de esclarecimento feito pela Polícia Federal, que queria saber a identidade de um personagem que ele citava em um e-mail como “amigo do amigo de meu pai”.
Odebrecht respondeu tratar-se de Dias Toffoli, conforme revelou Crusoé em sua edição de número 50.
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