Foto: Wikimedia CommonsNarendra Modi Stadium, em Ahmedabad, na Índia

Narendra Modi tem um “Maracanaço” para chamar de seu

20.11.23 09:29

Narendra Modi esperava um domingo dos sonhos: a Índia recebeu a final do mundial de críquete, onde o país (que tem o esporte como o seu preferido) era o favorito para vencer seu terceiro campeonato. O jogo foi em Ahmedabad, berço político do primeiro-ministro, e o maior estádio do mundo – o novíssimo Narendra Modi Stadium, poderia receber até 132 mil pessoas para a glória nacional.

Jatos da força aérea indiana sobrevoaram a arena. Artistas de Bollywood fizeram shows. Fogos receberam o time nacional, a grande paixão de um país que viu sua equipe vencer os 10 jogos até então no campeonato – disputado em um dos formatos mais tradicionais do jogo.

Linda festa. Mas faltou combinar com os australianos – que em uma final emocionante, venceram os donos da casa com uma vantagem mínima: no placar do críquete (um esporte pouco comum no Brasil, mas que lembra a brincadeira de taco), a vitória australiana por 241/4 x 240 se deu por meros seis tocos derrubados.

Mais derrubado ainda ficou a moral de 1,5 bilhão de indianos, dentro e fora do estádio. Ao final, quando a derrota já parecia certa, o silêncio no Narendra Modi Stadium era tanto que, de acordo com uma reportagem do The New York Times, era possível ouvir as palmas de um solitário torcedor australiano nas arquibancadas.

O primeiro-ministro chegou ao estádio com seu nome já no fim da partida. Quando grande parte do público já havia ido embora, Modi desceu e entregou a taça aos australianos. Restou uma mensagem protocolar nas redes sociais. “Querido Time Índia, seu talento e determinação na Copa do Mundo foi notável. Vocês jogaram com grande espírito e trouxeram imenso orgulho à nação. Estamos com vocês hoje e sempre”, escreveu.

A cena remete em muito ao “Marancanaço”, como ficou marcada a derrota da seleção brasileira por 2×1 contra o Uruguai, em 16 de julho de 1950. Precisando de um simples empate, a seleção deixou escapar o título em frente a um público de 220 mil pessoas, imbatível até hoje. A derrota alçou ao imaginário popular carrascos como o uruguaio Alcides Gigghia (o autor do segundo gol) e o goleiro brasileiro Barbosa – assim como a camisa branca, que a seleção aposentou por muitas décadas para então passar a utilizar as cores verde-e-amarela.

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