Mulheres cristãs sob ditaduras
Fiéis superam censura e perseguição para professar sua fé em regimes ditatoriais da América Latina

Países ditatoriais testam a resiliência das comunidades cristãs no mundo inteiro.
Na América Latina, os regimes de Nicarágua, Cuba e Venezuela fazem parte do ranking de perseguição a quem ousar professar a fé, segundo a Lista Mundial de Perseguição (LMP) deste ano.
Nas ditaduras, costuma ser quase impossível adorar publicamente a um Deus que não seja a figura de um representante do Estado.
Entre as mulheres, o cenário torna-se ainda mais difícil.
As lideranças religiosas femininas precisam superar a repressão estatal, desconfiança dos homens e os problemas econômicos.
Infraestrutura
No regime de Miguel Díaz-Canel, as mulheres são subjugadas pelas normas sociais e pela pobreza.
Segundo a ONG Portas Abertas, a crise econômica de Cuba afeta até mesmo a prática da atividade religiosa.
"Você pode ter a melhor liturgia preparada, mas tudo pode parar devido a queda repentina de energia", disse Carolina, cuja identidade oficial não pode ser revelada.
Mais da metade da ilha de cuba foi afetada com apagões simultâneos nesta semana.
Em 2024, cerca de 250 incidentes de perseguição a cristãos foram registrados no país.
O episódio mais famoso ocorre com o grupo Damas de Branco, composto por esposas e mães de presos políticos, cuja a maior parte é cristã.
Essas mulheres são frequentemente presas, e depois soltas, quando vão à missa protestar pacificamente pela soltura dos familiares.
Carolina explicou que o regime tenta introduzir "ideologias que distorcem o papel das mulheres" para conter a expansão da religião.
Além das dificuldades econômicas, as cristãs enfrentam outro desafio: o controle do governo sobre as igrejas.
Controle
A ditadura conjugal nicaraguense, de Daniel Ortega e Rosario Murillo, é notoriamente conhecida pela perseguição a integrantes da Igreja Católica.
Mais de 300 freiras e padres foram expulsos desde 2022.
De acordo com a ONG Portas Abertas, mais de 500 episódios de perseguições foram registrados no último ano.
Na Nicarágua, as instituições religiosas operam sob repressão severa do regime, que controla as igrejas legalmente reconhecidas.
Fiéis que criticam o governo podem ser presos por "conspiração".
Além disso, os órgãos estatais concedem ou negam o status de acordo com a vertente política.
Se for reprovada pelo regime, a igreja pode ter os bens confiscados e ser fechada.
As mulheres cristãs tentam impor suas lideranças, apesar do controle estatal.
A violência de gênero e assédio são relatadas entre as fiéis do gênero feminino.
"A teologia me deu confiança para compartilhar a Palavra e interagir com pessoas diversas", afirmou Elena, membro da ONG Portas Abertas na Nicarágua.
Silêncio
Na Venezuela, o regime de Nicolás Maduro suprime as vozes dissidentes.
As igrejas são obrigadas a se alinhar ao governo, sob ameaça de fechamento.
Existe um temor de que a influência católica interfira no pensamento crítico.
Além do controle estatal, as mulheres são pressionadas por grupos criminosos que enxergam o Evangelho como "uma ameaça por oferecer um caminho fora de seu controle".
Mesmo sob censura, as cristãs continuando professando sua fé.
Leia mais: "Coreia do Norte forma agentes para delatar cristãos"
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Comentários (2)
Marcia Elizabeth Brunetti
2025-03-09 18:28:42Taí uma pauta que nosso postulante à Ditador não pode abraçar. Imagina se Lula resolve acabar com as igrejas e seus ritos lá no sertão? ou mesmo em Aparecida?
Andre Luis Dos Santos
2025-03-09 14:18:26Todos os exemplos são de nações e ditadores "buddy-buddy" do Lula e de seu ParTido de MERDA. Mas imagina, o Lula é, na verdade, um grande amante da democracia.