MPF faz aditivo em delação de empreiteiro por recursos contra pandemia
A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo fez um aditivo na delação premiada do empreiteiro Roberto Capobianco, vice-presidente da Construcap, para substituir a pena de prestação de serviços pelo repasse de 150 mil reais e pela doação de 25 mil litros de álcool ao governo paulista para o combate ao novo coronavírus. O acordo...
A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo fez um aditivo na delação premiada do empreiteiro Roberto Capobianco, vice-presidente da Construcap, para substituir a pena de prestação de serviços pelo repasse de 150 mil reais e pela doação de 25 mil litros de álcool ao governo paulista para o combate ao novo coronavírus.
O acordo de Capobianco foi homologado em abril de 2018 e utilizado na denúncia contra o engenheiro Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa, e outras nove pessoas por corrupção e lavagem de dinheiro nas obras da estrada Parque Várzeas do Tietê, contratada pela estatal paulista.
Conhecido como Paulo Preto, o ex-diretor da Dersa teria solicitado propina de 5% sobre o valor do contrato para permitir a contratação da Construcap na licitação. A transação de 1,85 milhão de reais, segundo a denúncia, foi viabilizada por meio de acertos fraudulentos firmados com a empresa Legend, do operador Adir Assad, que também admitiu o crime em sua delação
Pelo acordo, Capobianco pagaria uma multa de 600 mil reais e cumpriria pena de prestação de serviços comunitários. Por causa da quarentena imposta no estado para enfrentar a Covid-19, os procuradores negociaram com o delator a substituição da pena alternativa pela doação em dinheiro e insumos para o combate à pandemia.
Além desta medida, a força-tarefa da Lava Jato paulista conseguiu antecipar o pagamento da multa, que será quitada em quatro parcelas de 150 mil reais até o fim de junho. Para os procuradores do MPF, a decisão atende melhor aos interesses da sociedade no momento de crise sanitária pelo qual passa o país.
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