MPF denuncia seis pessoas pelo assassinato de Vladimir Herzog
O Ministério Público Federal denunciou seis ex-agentes da ditadura militar pelo envolvimento no assassinato do jornalista Vladimir Herzog, ocorrido em outubro de 1975 nas instalações do Doi-Codi, em São Paulo. Herzog foi preso e torturado após apresentar-se para depoimento no Destacamento de Operações e Informações do Centro de Operações de Defesa Interna, órgão de repressão...
O Ministério Público Federal denunciou seis ex-agentes da ditadura militar pelo envolvimento no assassinato do jornalista Vladimir Herzog, ocorrido em outubro de 1975 nas instalações do Doi-Codi, em São Paulo.
Herzog foi preso e torturado após apresentar-se para depoimento no Destacamento de Operações e Informações do Centro de Operações de Defesa Interna, órgão de repressão do regime militar subordinado ao Exército.
O jornalista foi morto no dia 25 de outubro de 1975, mas o assassinato foi acobertado por laudo forjado que dizia que Herzog havia se suicidado na prisão. A denúncia do MPF envolve seis pessoas envolvidas no homicídio, tortura e fraude processual.
O então chefe de comando da 2ª Seção do Estado-Maior do II Exército, José Barros Paes, e o comandante do Doi-Codi à época, Audir Santos Maciel, são acusados de homicídio qualificado por terem sido os responsáveis diretos pela morte de Herzog, segundo o MPF.
Ambos também foram denunciados por fraude processual, ao lado de Altair Casadei, ex-agente do aparato de repressão, porque o trio, de acordo com a acusação, alterou a cena do crime para dar credibilidade à versão oficial de que Herzog havia cometido suicídio por enforcamento.
Também devem responder pelo crime de falsidade ideológica os médicos legistas Harry Shibata e Arildo de Toledo, acusados de emitirem laudos necroscópicos falsos para omitir as evidências de tortura e atestar o suicídio. Já o promotor de Justiça Militar aposentado Durval Moura Araújo foi denunciado por prevaricação, porque arquivou o inquérito em 1976 sem apontar as circunstâncias do crime.
Segundo o MPF, o assassinato de Herzog teve a participação de outros agentes da repressão que, por já terem falecido ou não terem sido identificados ao longo das investigações, foram excluídos da acusação.
A denúncia resulta de um inquérito instaurado pelo MPF em 2018, quando o Brasil foi alvo de uma sentença condenatória da Corte Interamericana de Direitos Humanos devido à omissão e à demora na apuração do caso Herzog e no julgamento das autoridades que participaram do assassinato.
Na decisão, a corte destacou que o episódio configura um crime contra a humanidade e que a Lei da Anistia não poderia ser aplicada como razão para o Estado deixar de investigá-lo.
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Comentários (10)
Oziel
2020-03-18 10:16:35#Combater a corrupção é preciso, viver não é preciso.
Nelson
2020-03-18 08:44:57O MPF vai processar os índios que deglutiram o Bispo Sardinha?
Marco
2020-03-18 01:15:19JÁ ??? COMO FOI RÁPIDO.
Renato
2020-03-17 23:11:29li os comentários depois que fiz o meu, vocês todos tem razão, esse negócio de indenização foi pior que o Mais Cuba com sangue dos médicos. Em respeito aos pobres e consertando o que a Comissão das Mentiras fez, deveriam anular tudo. Para comprovar basta lembrar o primeiro atentado dos terrorista no aeroporto de Recife, o pobre que perdeu pedaço do corpo não foi indenizado. Só isso mostra que AQUILO foi uma vergonha e Santo André se Deus quiser ainda bem uma marolinha.
Edmundo
2020-03-17 22:18:32MPF viver olhando o retrovisor!
PEDRO
2020-03-17 20:45:32Complementando, acho que a maioria já estão no andar de cima. Ô justiça frouxa e demorada
HD.
2020-03-17 20:37:57Que anacronismo! Ainda esse caso Herzog! E quanto aos militares mortos quais serão os terroristas denunciados ? E o caso do prefeito de Santo André ? E o de Campinas? Se manca Crusoé !
Inês
2020-03-17 19:43:46Anistia para os dois lados, estão mascarando a história do comunismo, já que o MPF fez a denúncia, poderia mandar a família devolver o dinheiro público recebido a título de compensação.
Eladir
2020-03-17 18:56:37É impressionante que isto venha a público neste momento, tantos anos depois. Dá nojo desta justiça brasileira!!!
Renato
2020-03-17 18:44:33Concordo totalmente, mas vamos fazer realmente justiça,acabando anistia para um lado tem que acabar a do outro também. vamos jugar os terroristas inclusive o justiçamento feito por eles.