MPF denuncia desembargador do Rio e 'Rei do Ônibus' por propina de R$ 6 milhões
O Ministério Público Federal denunciou o empresário Jacob Barata Filho e o desembargador Mário Guimarães por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A acusação faz referência ao pagamento de 6 milhões de reais do grupo de empresários ligados a Barata para que o magistrado do Tribunal de Justiça do Rio...
O Ministério Público Federal denunciou o empresário Jacob Barata Filho e o desembargador Mário Guimarães por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A acusação faz referência ao pagamento de 6 milhões de reais do grupo de empresários ligados a Barata para que o magistrado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro favorecesse empresas de ônibus do Rio em processos judiciais. O caso foi revelado por Crusoé em novembro de 2019.
Além do desembargador e Barata, foram denunciados a advogada Gláucia Iorio de Araújo Guimarães, esposa do magistrado e responsável por negociar os pagamentos, e os empresários Miguel Iskin, José Carlos Reis Lavouras e João Augusto Morais Monteiro. Também foi alvo da acusação o doleiro Carlos Eduardo Caminha Garibe, operador que ajudou a família Guimarães a enviar parte dos valores para o exterior.
Conhecido como ‘Rei do Ônibus’, Barata Filho é dono de mais de 20 empresas do setor de transporte e chegou a ser preso pela Lava Jato do Rio. A relação entre o desembargador e os empresários de ônibus foi exposta no acordo de delação de Lélis Teixeira, ex-presidente do sindicato de empresas de ônibus do Rio.
A denúncia assinada pela subprocurador Lindôra Araújo ocorre três meses depois de a Procuradoria-Geral da República ser favorável ao desbloqueio de bens do pai de Barata Filho no exterior. A posição foi um dos motivos do atrito entre a PGR e a Lava Jato do Rio.
Na peça encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça, o MPF pede a manutenção do afastamento de Mário Guimarães de suas funções pelo risco dele “intimidar testemunhas” e “usar sua influência para macular provas já existentes ou prejudicar as investigações.” O MPF também cobra dos denunciados uma indenização por danos morais coletivos de 11,5 milhões de reais.
Mário Guimarães, segundo a denúncia, teria beneficiado as empresas de ônibus em mais de 40 ações civis públicas. Após receber os valores, o magistrado e sua esposa teriam se valido do doleiro Caminha Garibe para enviar parte do dinheiro ao exterior. “A partir da análise dos extratos bancários, comprovou-se que Gláucia Guimarães e Mário Guimarães Neto receberam, no exterior, pelo menos, a vultosa cifra de 2.154.797,19 dólares no período compreendido entre 27/09/2013 e 09/07/2019”, afirma a denúncia.
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