Morre venezuelano que estava em embaixada custodiada pelo Brasil
Fernando Martínez Mottola era um dos seis dissidentes democráticos que se refugiaram na sede diplomática, no ano passado
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Um do seis venezuelanos que estavam na embaixada da Argentina, em Caracas, teve a morte confirmada nesta quarta, 26.
Fernando Martínez Mottola (foto) foi ministro dos Transportes e das Comunicações no governo de Carlos Andrés Pérez, na Venezuela.
Ele e outros cinco dissidentes democráticos se refugiaram na Embaixada da Argentina em 20 de março de 2024, após serem acusados pelo ditador Nicolás Maduro de desestabilizar o país.
Na quarta, 19, Mottola deixou o edifício após negociações que contaram com a mediação da Suíça.
"Ele foi, sem dúvida, um homem comprometido com os valores democráticos. Ele deu tudo de si para lutar contra a ditadura que nos oprime. Ele teve que se refugiar na embaixada argentina para proteger sua vida e corajosamente tomou a decisão de sair. Nós sempre nos lembraremos dele", afirmou Antonio Ledezman, ex-prefeito de Caracas, nas redes sociais.
Pedido de salvo-conduto
Uruguai, Paraguai, República Dominicana, Costa Rica e Argentina pediram que a ditadura de Nicolás Maduro concedesse salv0-conduto aos seis opositores refugiados na embaixada.
Em dezembro do ano passado, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina expressou "sua máxima preocupação" com a situação "alarmante e grave" na embaixada em Caracas, onde as vidas de seis requerentes de asilo enfrentam "perigo iminente".
"Exigimos que o regime de Maduro entregue imediatamente os salvo-condutos que garantam a sua saída segura. Apelamos a ONU, OEA e a todos os países para que tomem medidas firmes e urgentes."
Em comunicado, a chancelaria do Uruguai expressou "extrema preocupação" com a situação dos asilados na embaixada da Argentina em Caracas, solicitando respeito à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961 e à Convenção de Caracas sobre Asilo Diplomático de 1954.
O governo uruguaio exige "que as autoridades venezuelanas que permitam a saída dos asilados do país, sem pôr em perigo a sua vida, liberdade ou segurança pessoal".
E o Brasil?
Ao contrário de Argentina, Uruguai, Paraguai, República Dominicana e Costa Rica, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil manteve silêncio sobre o cerco da ditadura de Maduro aos opositores refugiados na embaixada argentina em Caracas.
Desde a expulsão do encarregado de negócios argentino da Venezuela em agosto, o Brasil tem sido responsável pela custódia da embaixada argentina na capital venezuelana.
Leia mais: "Brasil entregou remédio na embaixada argentina, diz opositor de Maduro"
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