Milei critica "prisão" do Mercosul logo após anúncio de Acordo com União Europeia
Segundo o presidente argentino, o bloco econômico deve ser avaliado pelos resultados e "não pelas suas intenções"
O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que o bloco econômico Mercosul se tornou "uma prisão", no dia da conclusão do acordo comercial com a União Europeia:
"Embora tenha nascido com a ideia de aprofundar nossos laços comerciais, acabou se tornando uma prisão que não permite que seus países membros aproveitem suas vantagens comparativas ou seu potencial exportador", afirmou nesta sexta-feira, 6.
Segundo Milei, o bloco econômico deve ser avaliado pelos resultados e "não pelas suas intenções".
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"Não é surpresa para um liberal"
Autointitulado como "liberal" na economia, Milei disse que o Mercosul se desvirtuou dos princípios de eliminar tarifas e burocracias:
"A tarifa externa comum não só encareceu a importação de bens produtivos, tornando as nossas indústrias locais mais caras e consequentemente menos competitivas, mas também fechou inúmeras vias comerciais."
Em discurso na LVX Cúpula do Mercosul e países associados, o presidente convidou os integrantes do bloco a adotarem o livre comércio:
"Aceitemos que este modelo está esgotado e procuremos uma nova fórmula que beneficie a todos nós, para que todos possamos negociar mais e melhor, porque é o comércio que gera prosperidade e que acabará com o grande flagelo latino-americano, que é a pobreza. abjeto do nosso povo.”
Inflação sob controle
As medidas econômicas liberais de Milei têm gerado impacto positivo na Argentina.
Ao cortar quase um terço dos gastos públicos, o presidente argentino conteve a inflação.
Em dezembro do ano passado, o índice estava em 25% ao mês. Caiu para 2,7% ao mês.
"Milei hoje tem uma aprovação acima da porcentagem de votos de cerca de 30% obtida no primeiro turno das eleições do ano passado, número que representa seus eleitores mais fiéis. Isso mostra que ele é popular mesmo entre aqueles que não são parte do seu núcleo duro, de seguidores mais animados", diz o analista de opinião pública argentino Orlando d'Adamo, diretor do Centro de Opinião Pública da Universidade de Belgrano e professor da Universidade de Buenos Aires.
"Sem dúvida, o controle da inflação explica muito esses bons índices de aprovação", diz d'Adamo.
Ajustes
Antes de o libertário tomar posse, havia 2.600 obras públicas em execução na Argentina. Hoje há 70.
Essa redução nas atividades causou um impacto grande nas taxas de desemprego em várias cidades.
Mesmo assim, o controle da inflação gerou um alívio para muitos, porque os salários deixaram de perder poder de compra.
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Comentários (1)
Amaury G Feitosa
2024-12-07 10:44:51Comércio é via de mão dupla, a Argentina fragilizada pela esquerdopatia e roubalheira de anos aos "tontos" portenhos ditos politizados que chegou ao caos de onde sai lentamente . maior parceiro comercial do Brasil que o salva coma China vai se submeter a esta última? Millei pode ser intempestivo mas doido não é, ainda é claro.