Mesmo com proibição do STF, indústria anuncia exploração de amianto
Contrariando decisão do Supremo Tribunal Federal, que baniu a atividade em todo o país, a Eternit, uma das principais fabricantes de telhas no Brasil, anunciou ao mercado financeiro o processamento "temporário" de amianto já extraído para fins exclusivos de exportação com base em uma lei estadual de Goiás. O beneficiamento de amianto será feito na...
Contrariando decisão do Supremo Tribunal Federal, que baniu a atividade em todo o país, a Eternit, uma das principais fabricantes de telhas no Brasil, anunciou ao mercado financeiro o processamento "temporário" de amianto já extraído para fins exclusivos de exportação com base em uma lei estadual de Goiás. O beneficiamento de amianto será feito na unidade instalada em Minaçu (foto), no Norte do estado.
"O beneficiamento do minério já extraído se dará em caráter temporário, não significa a retomada da atividade de mineração e proporcionará a exportação de cerca de 24 mil toneladas de fibra de amianto", afirmou a Eternit por meio do comunicado oficial.
Diante do anúncio, a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, a ANPT, pediu ao STF para julgar com urgência a validade da lei do estado de Goiás que permitiu a extração do amianto crisotila para exportação.
Sancionada em julho de 2019 pelo governador Ronaldo Caiado, do DEM, a lei estadual foi questionada dias depois da sanção no STF. O argumento é que, em 2017, o Supremo proibiu a produção, a venda e o uso de materiais com amianto por entender que o material representa riscos à saúde.
A ação contra a lei estadual, de relatoria do ministro Alexandre de Moraes, chegou a ter julgamento iniciado no plenário virtual do STF, mas foi retirada a pedido de Caiado para que seja julgada presencialmente. Ainda não há data definida.
No fim do ano passado, o procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou ao Supremo parecer contrário à lei estadual. Aras ressaltou que o amianto já foi banido em mais de 60 países e o STF já decidiu proibi-lo no Brasil, em razão do risco à saúde.
A 500 quilômetros de Goiânia, Minaçu abriga a terceira maior jazida de amianto crisotila do planeta. Fica atrás apenas de áreas exploradas na Rússia e no Canadá. As 300 mil toneladas de asbesto branco extraídas todos os anos, respondem por 70% da arrecadação do município.
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Comentários (10)
Sergio luiz
2020-02-13 13:52:54Médico prescrevendo veneno.... Nada de novo no front.
GILMAR
2020-02-13 13:19:54Porquê não extrair e exportar?, só para o STF poder dizer quem de fato manda?. Lembra as usinas nucleares do Japão que foram desligadas por causa do tsunami mas cujo desligamento causou muito mais mortes por causa do frio, porque o custo da energia estava muito cara para ligar o aquecimento. O amianto é consumido em outros países, que se venda a eles.
paulo roberto
2020-02-13 10:11:50a atuação do supremo tribunal federal ao longo dos anos paga o seu preço. suas decisões são simplesmente ignoradas. pela câmara, pelo senado e, agora, pela sociedade.
Jorge
2020-02-13 08:46:46Meu Deus, somos exportadores de Morte agora! Não um mínimo de cabimento isso!
Geraldo
2020-02-13 08:34:52O pó do minério de amianto, originado pelo processo de extração, é cancerígeno.
Sandra
2020-02-12 22:42:43Parece que Goiás está fadado a receber o que há de pior para a saúde, ou seja: césio 137, lixo atômico e exploração de jazidas de amianto...
Rafael
2020-02-12 22:28:33STF legislando mais uma vez!
André
2020-02-12 22:11:20Grande merdaesse STF proibir. Logo uma das esposas de um dos bandidos entra no caso e a lei muda.
Quiet
2020-02-12 21:51:56Em um país que permite que ex presidente impichada possa concorrer a eleições isso não surpreende!
Rita
2020-02-12 21:31:42A Eternit deveria ser obrigada a adotar um Hospital de Câncer, doença quase certa para aqueles que têm contato com o amianto.