"Mês sombrio para liberdade de expressão" em Cuba
Foram registradas pelo menos 212 ações repressivas contra a população civil em setembro, segundo o OCDH

O Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH) denunciou na terça-feira, 7, que a ditadura cubana, comandada por Miguel Díaz-Canel (na foto, com Lula), intensificou a criminalização da liberdade de expressão nas redes sociais e de protestos pacíficos em setembro.
A Crusoé, o chefe de estratégias do OCDH, o cubano Yaxys Cires, afirmou que a repressão do governo é uma resposta ao colapso do sistema socioeconômico socialista.
"O sistema socioeconômico socialista entrou em colapso: 89% das famílias vivem em extrema pobreza e apagões ocorrem diariamente e estão se tornando cada vez mais graves", diz Yaxys.
"Nesse contexto, o regime não busca soluções para os problemas da população. Em vez disso, administra a repressão. Sentenças judiciais são usadas como exemplo para incutir medo na população, para que os cubanos morram de fome em silêncio", afirma.
Sem luz
A crise energética tem provocado apagões que ultrapassam 20 horas diárias em cidades como Santiago de Cuba e Holguín.
Em Havana, os cortes de energia duram até dez horas por dia.
O Ministério de Energia e Minas do país foi obrigado a reconhecer que rede elétrica nacional de Cuba entrou em colapso em setembro.
Prisões arbitrárias
Foram registradas 212 ações repressivas contra a população civil no mês passado.
Entre elas, 39 foram prisões arbitrárias e 173 foram outros abusos.
"Foi um mês sombrio para a liberdade de expressão, devido a condenações e julgamentos. O regime busca suscitar terror diante de seu retumbante fracasso socioeconômico e sua incapacidade de encontrar soluções", afirmou o OCDH em um relatório.
Segundo a organização, foram 27 detenções arbitrárias de curta duração relacionadas à "manifestação pacífica" na cidade de Gibara, em 13 de setembro.
As principais violações cometidas pela ditadura cubana foram: apreensão de casas de ativistas, julgamentos injustos, abusos contra prisioneiros, assédio e ameaças.
Presos políticos, presos de direito comum e suas famílias registraram 38 queixas.
Desde janeiro, o Observatório contabilizou 2.462 ações repressivas realizadas para impedir ou limitar o exercício dos direitos civis e políticos em Cuba.
Pelo menos 461 foram prisões arbitrárias.
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