Malafaia, o líder das críticas do bolsonarismo

Silas Malafaia foi um dos principais organizadores da manifestação deste domingo para demonstrar apoio a Jair Bolsonaro — que, apesar do exato tamanho ainda ser desconhecido, levou centenas de milhares até a avenida Paulista neste domingo, 25. Ele também financiou os trios elétricos no local.

E com figuras políticas cada vez mais pressionadas por investigações criminais, foi o pastor evangélico o autor do discurso mais incisivo contra as autoridades, mais notadamente o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para que estas críticas ficassem como vinculadas ao líder religioso, durante sua fala, Malafaia falou sozinho em um trio elétrico, longe dos governadores de estado e parlamentares que acompanharam o ato de desagravo ao ex-presidente. As críticas de todo o bolsonarismo acabaram terceirizadas na voz do pastor carioca.

“Alexandre de Moraes disse que a extrema-direita tem de ser combatida na América Latina. Como um ministro do STF tem lado? Ele não tem que combater nem a extrema-direita nem a extrema-esquerda. Ele é o guardião da Constituição”, disse aos gritos, enquanto os técnicos de som incluíam efeitos de som para gerar emoção. “O presidente do STF, ministro Barroso, disse ‘nós derrotamos o bolsonarismo’. Isso é uma vergonha, uma afronta ao povo!”

“Quero que a imprensa pense, deputados senadores e governadores pensem: um estado democrático de direito, como Estados Unidos, Itália, Alemanha e França e vai por aí afora, ninguém tem medo de falar em manifestação. Ninguém tem medo de expor seu pensamento em rede social”, continuou. “Olha o que está acontecendo no Brasil.  Deputados com medo de falar. Senadores com medo de falar. Brasileiros com medo de falar.”

Entre teorias sobre a ação do governo durante o oito de janeiro e comparação com outros atos de vandalismo do MST e movimentos sociais de esquerda em Brasília, o pastor falou 100% do tempo sobre política — Deus, ali, ficou em segundo plano e foi invocado apenas para “abençoar a pátria brasileira” e “nos livrar desses homens maus”. Em seguida, ao menos no vídeo, o divino deu espaço a uma cantoria do pastor, que emendou os versos do Hino da Independência.

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