Maia fala em 'pacificação de espíritos' e pede 'elevação do entendimento'
Em meio ao tensionamento entre o Supremo Tribunal Federal e o presidente Jair Bolsonaro e à escalada dos casos de coronavírus no país, Rodrigo Maia (foto), pregou nesta terça-feira, 26, a “pacificação dos espíritos”. “É hora de todos nós elevarmos o nível do nosso entendimento, das nossas palavras e das nossas ações, para nos tornarmos...
Em meio ao tensionamento entre o Supremo Tribunal Federal e o presidente Jair Bolsonaro e à escalada dos casos de coronavírus no país, Rodrigo Maia (foto), pregou nesta terça-feira, 26, a “pacificação dos espíritos”. “É hora de todos nós elevarmos o nível do nosso entendimento, das nossas palavras e das nossas ações, para nos tornarmos dignos de liderar o povo brasileiro”, disse em pronunciamento na Câmara.
O parlamentar acrescentou que “preservar a harmonia e a independência entre os poderes significa compreender um pilar fundamental da democracia”. Em um desagravo público ao ministro Celso de Mello, decano da Corte Suprema, como antecipou Crusoé, ressaltou a importância do cumprimento e respeito às decisões judiciais, mesmo quando há discordância, como faz o parlamento, na sua concepção. “É isso que determina a Carta Constitucional”, pontuou.
A manifestação ocorre quatro dias após o presidente Jair Bolsonaro criticar a autorização de Celso de Mello à divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril e assegurar que, ainda que houvesse determinação judicial, não entregaria o celular durante o cumprimento de eventual mandado de busca e apreensão, medida requisitada por três partidos no inquérito que investiga sua interferência na Polícia Federal.
No discurso, Maia ainda declarou que “as únicas armas que nós, brasileiros, devemos portar” tratam-se da “fé na capacidade de trabalho, na força de vontade para enfrentar e vencer obstáculos e na crença na justiça de nosso regramento institucional". A fala foi um recado ao presidente, que, no encontro ministerial de abril, defendeu a ideia de armar a população "para impedir uma ditadura no país".
Maia observou que, somente com o diálogo construtivo, será possível encontrar a saída da crise causada pela pandemia. "Vivemos hoje, permitam-me repetir mais uma vez, um momento muito grave da nossa história. A voz desta Casa de Leis, que presido, deve traduzir a voz da maioria do povo brasileiro, que nos ordena para juntar os cacos das nossas convergências, para, unidos, vencermos o grande desafio. E o nosso grande desafio é derrotar o coronavírus, vencer a gravíssima crise social e econômica que está a nossa frente, preservando a nossa democracia. Repito: preservando a nossa democracia."
Dado o cenário, o presidente da Câmara disse ver com “naturalidade” a investida de Bolsonaro para “ampliar sua base política”, referindo-se à aproximação do Planalto com o Centrão. “Ao invés de ser criticado, esse esforço deve ser respeitado. O sistema democrático exige a convivência republicana entre Executivo e Legislativo”.
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