Macron pede a premiê que fique no cargo enquanto busca substituto
Deposto em voto de desconfiança, Michel Barnier apresentou ao presidente francês seu pedido formal de renúncia
O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu nesta quinta-feira, 5, ao primeiro-ministro deposto Michel Barnier (foto) que permaneça no cargo até que um novo primeiro-ministro seja nomeado.
A solicitação foi realizada após Barnier apresentar sua demissão a Macron.
Segundo o Palácio do Eliseu, o presidente francês fará um pronunciamento à nação ainda nesta quinta.
A destituição de Barnier
Há apenas três meses no cargo, Barnier foi deposto na quarta, 4, em um voto de desconfiança no Parlamento da França.
Dos 574 deputados, 331 votaram pela derrubada do primeiro-ministro. A moção de censura precisava de pelo menos 288 votos.
Em tom de despedida, o primeiro-ministro francês citou Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), autor de "O Pequeno Príncipe", no plenário da Assembleia Nacional:
"Cada um é responsável por todos. Cada um é o único responsável. Cada um é o único responsável por todos."
Quem vai substituir Barnier?
Segundo o jornal Le Parisien, Macron não deve anunciar no pronunciamento que fará às 20h (horário local, 16h em Brasília) o nome do substituto de Barnier.
Contudo, alguns nomes já são especulados na imprensa francesa.
São eles: François Bayrou, veterano centrista; Sébastien Lecornu, atual ministro do Exército; e Bernard Cazeneuve, ex-premiê da esquerda moderada.
O Parisien informou que Bayrou deve se encontrar com Macron ainda hoje.
A culpa é de Macron
Como mostramos, a crise no governo francês começou quando o presidente Emmanuel Macron sentiu-se ofendido depois que sua coalizão centrista teve apenas 14% nas eleições para o Parlamento Europeu, em junho.
O presidente então dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições antecipadas.
Se ele não fizesse nada, as eleições ocorreriam apenas em 2027.
Ao escolher Michel Barnier, um político de centro-direita, como primeiro-ministro, Macron acabou descontentando os dois lados do espectro político.
O Orçamento apresentado por Barnier foi rejeitado, o que levou ao voto de desconfiança, ou moção de censura.
Não há nenhuma garantia que um próximo primeiro-ministro seja capaz de ganhar a simpatia do Parlamento.
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